Nota de repúdio foi divulgada em uma reunião na sede do partido em São Paulo Foto: Hermano Freitas/Terra |
Partido dos Trabalhadores (PT)
divulgou no final da tarde desta quarta-feira, na sede nacional da legenda, em
São Paulo, uma nota em que repudia o julgamento do mensalão. De acordo com
um dos cinco pontos do documento, endossado por toda a Executiva Nacional, o
Supremo Tribunal Federal usou uma teoria de Direito "nascida na Alemanha
nazista" para julgar e condenar o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.
Ainda no texto desta nota, que
representa a posição oficial do PT e não teve interferência do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, segundo o presidente do Diretório Nacional, Rui
Falcão, a Corte "não garantiu o amplo direito de defesa" aos réus,
"deu valor de prova a indícios" e "fez um julgamento
político", além de "colocar em risco a segurança jurídica" do
País.
No tópico no qual acusa o Supremo de
ter feito um julgamento político, a nota diz que os ministros "confirmaram
condenações anunciadas", anteciparam votos, pronunciaram-se fora dos autos
e imiscuíram-se em áreas reservadas ao Legislativo e ao Executivo. "Fez
política ao definir o calendário convenientemente coincidente com as eleições.
Fez política ao recusar o desmembramento da ação e ao escolher a teoria do
domínio do fato para compensar a escassez de provas", diz o partido.
Em entrevista coletiva, Rui Falcão
afirmou que a coincidência das datas do julgamento com as eleições também foi
uma "partidarização do processo". "Disseram, quando os ministros
foram nomeados, que seria uma partidarização e submeter o Supremo às decisões
do Executivo. A partidarização foi a escolha das datas", declarou o
presidente petista.
A nota, de cinco páginas, finaliza
dizendo que "não houve compra de votos" e nem "pagamento de
mesada" a parlamentares, conclamando a militância a "mobilizar-se em
defesa do PT" e das "bandeiras do partido".
Aprovada por todos os dirigentes da
Executiva Nacional, reunidos desde as 16h na sede do partido, a nota busca
alinhar todas as posições das diversas correntes petistas contra a condenação
dos líderes após o escândalo de corrupção.
Para o Secretário de Comunicação da
legenda, André Vargas, a condenação do STF não julga o partido, mas assim mesmo
deve haver uma mobilização contrária às condenações. "Temos uma
interpretação dos fatos. O PT não se sente julgado. Mas é um partido
naturalmente mobilizado, então deve reagir", disse.
Está programado pelo grupo Diálogo
Petista um ato em defesa da legenda no próximo dia 24 de novembro com a
presença do ex-presidente José Genoino, condenado a seis anos de reclusão.
De acordo com o panfleto que convoca a militância para a manifestação, que será
às 18h no Sindicato dos Engenheiros, o objetivo é repudiar o que é chamado de
"julgamento de exceção" e a "escalada" das "forças
reacionárias", que, no entanto, "foram derrotadas nas urnas".
Via Portal Terra - Hermano Freitas -
Direto de São Paulo
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