Relator explica que recurso só cabe
em casos de prisão provisória ou não definitiva
O relator do processo do
mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, afirmou
não haver mais espaço para o benefício de prisão especial para os condenados no
julgamento. Ele explicou que esse tipo de prisão apenas cabe nos casos em que
se dá a prisão provisória. Ele se recusou a falar especificamente de pessoas
julgadas no processo.
Os advogados, como o ex-ministro da
Casa Civil José Dirceu, condenado a 10 anos e 10 meses de prisão, têm o
beneficio de sala especial, sem grades, quando o processo ainda não foi
totalmente concluído. "Prisão especial é só para quem está cumprindo
prisão provisória e não definitiva", disse o ministro, completando que
esse caso não se aplica aos condenados no processo do mensalão.
O ministro explicou que cabe às
justiças federal e estadual a definição do local onde o condenado deve ficar
preso. "Determinar a supressão ou a suspensão da liberdade de ir e vir é
quem condena", disse. Questionado sobre quem escolhe o local, ele
respondeu: "Tanto faz (Justiça Federal ou Justiça Estadual)". Ele
afirmou que, nesses casos, se leva em conta o local onde reside o condenado e
sua família.
Joaquim Barbosa fez, na manhã desta
terça-feira, uma visita de cortesia aos presidentes da Câmara, Marco Maia
(PT-RS), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), para convidá-los para a sua posse
na presidência do Supremo, na próxima semana. Segundo ele, sua gestão seguirá o
seu estilo conhecido. "O estilo será o que todo mundo conhece. Vou fazer
uma gestão com muita clareza, muita simplicidade e transparência. Só
isso." Ele disse que será uma honra ser o primeiro negro a presidir o
Supremo.
Joaquim Barbosa afirmou não ter
conversado sobre o processo do mensalão com Marco Maia, que já manifestou
publicamente críticas ao julgamento. "Isso não impede de convidá-lo. Ele é
o presidente da instituição. Eu vejo a instituição", afirmou. O ministro
também evitou falar sobre o impacto que o julgamento poderia ter na maneira de
se fazer política no País. "Não tive tempo de pensar. Estou tão ocupado
que nem os jornais eu consigo ler", disse a caminho entre os gabinetes de
Maia e Sarney.
Denise Madueño, da Agência Estado
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