É frustrante para o povo não
participar das decisões políticas que regem sua vida, e das ameaças do poder
efetivo exercido por grupos que não foram eleitos por ele, ou seja, os
componentes da tecnocracia.
A tecnocracia pode ser entendida
como o poder e a capacidade de controlar, portanto tecnocracia é muito mais do
que os simples governados subjugados às máquinas ou a técnicas, e sim como o
norteamento ou asseguramento da relação do ser humano através da perspectiva do
controle, ordenação e exploração, sendo a tecnocracia uma agressão ao ser
humano e as suas realizações.
Quanto mais subdesenvolvida uma
sociedade, em face de complexidade dos seus problemas estruturais, quer seja na
área econômica ou na social, fica estabelecida a maior dependência da
tecnicidade, considerando a dificuldade de compreensão e solução desses
problemas pelos políticos, partidos e, principalmente pelos eleitores.
Em face de falta de preparo dos
governantes em produzir as soluções e enfrentar os problemas gerados pelas
questões econômicas, políticas e sociais, tais como, combate à inflação,
variação cambial, relações exteriores, desemprego entre outros, e contidos
dentro do mundo totalmente globalizado, surgiu à elite tecnocrata, que
provoca intervenção silenciosa e totalmente independente da vontade do povo e
dos seus representantes.
O clube dos tecnocratas é fechado,
limitado há pouquíssimas pessoas, como também essa nova casta apresenta como
características, a presunção, autoritarismo, e, principalmente,
comportamento insensível as questões sociais, pois as decisões, na
maioria contida no campo econômico-financeiro, são apresentadas de forma
imperiosa, de caráter infalível e cercada de mistérios, porém perturbam e
alteram a vida de toda a nação.
Com relação aos grupos de pressão,
existe, ainda, alguma transparência nos interesses defendidos e
na possibilidade de participação da opinião pública nas decisões desses
grupos. A tecnocracia piora ainda mais a degeneração do sistema democrático,
como também, essa casta instala-se no poder de forma indireta, toma ou induz as
decisões sem avaliação popular e cria a ditadura de decisão da classe
dominante, a exemplo da França, composta pela alta burocracia, elite militar e
elite científica.
No caso Brasil pode avaliar a
predominância tecnocrática no campo econômico, ressaltando que a mudança
governamental que ocorreu foi um guinada de ideologias políticas historicamente
e extremamente diferentes, entretanto a política econômica permaneceu
intacta.
Pode-se admitir a possibilidade da
extensão de uma tecnocracia que vá além da política e do social, a ponto
de atingir o jurídico de um pais democrático como é o caso do Brasil.
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Dag Vulpi