Revisor questionou relator sobre
ordem dos réus no cálculo das penas dos condenado pelo mensalão
Lewandowski discute com Joaquim Barbosa sobre ordem dos réus no cálculo das penas e sai do planário do STF O Globo / André Coelho
|
Ao contrário do esperado, o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do
mensalão, retomou nesta segunda-feira o cálculo das penas dos condenados pelo
núcleo político. A leitura das penas sugeridas pelo relator começou pelo
ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. A mudança provocou a ira do ministro
revisor Ricardo Lewandowski, que abandonou o plenário. A princípio, seriam
votados, após as definições relativas ao núcleo publicitário, os cálculos
realtivos ao núcleo financeiro.
— Toda hora V. Excia. vem com uma surpresa! V. Excia. está surpreendendo a todos. O advogado do réu não está aqui! Vim de São Paulo, saindo de uma banca de mestrado, se eu soubesse... — exasperou-se Lewandowski, que não poderia votar nesta dosimetria, já que absolveu o réu pelo crime.
— Não interessa de onde V. Excia.
veio — rebateu Barbosa. — Surpresa é sua lentidão ao proferir seu voto.
O revisor então deixou o plenário.
Enquanto o presidente do STF, Ayres Britto, tentava restabelecer a ordem,
Barbosa continuava:
— Tá vendo? Ele está a fim de
obstruir mesmo!
Após o intervalo da sessão, o
ministro revisor retornou para participar da dosimetria dos réus ligados ao
núcleo financeiro.
O presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Ayres Britto, defendeu nesta segunda-feira a decisão do
ministro Joaquim Barbosa de mudar o cronograma e antecipar a votação das
penas contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-deputado José
Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares, ex-integrantes da cúpula do PT, réus
do núcleo político do mensalão.
Segundo Britto, a mudança obedece à
lógica e não representaria nenhum dano à defesa dos réus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi