segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Russomanno nega erros e culpa "todos contra um" por fracasso


O candidato do PRB à prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, afirmou neste domingo, após reconhecer que não irá ao segundo turno da eleição paulistana, que a sua campanha não teve falhas estratégicas e que a queda de sua popularidade se deu por conta dos ataques sincronizados por seus adversários. Os dois minutos diários no horário eleitoral gratuito foram insuficientes para neutralizar as ofensivas, de acordo com o candidato.

"A queda, de fato, aconteceu. Eram todos contra a gente. Mas saímos fortalecidos desta eleição, com mais de 1,3 milhão de votos", disse ele. Para Russomanno, o fim do primeiro turno zera a disputa e um possível acordo a Serra ou Haddad será costurado a partir desta segunda-feira em uma reunião envolvendo Russomanno, Luiz Flávio D'Urso, candidato a vice-prefeito, além de Marcos Pereira, presidente nacional do PRB, e Campos Machado, presidente estadual do PTB.

"Somos agora um grupo político. Trabalharemos unidos", afirmou Russomanno. Porém, o discurso do presidente municipal do PRB, Aildo Rodrigues Ferreira, é um pouco diferente. "Apoiar Haddad é a tendência natural", disse ele.
A afirmação de Ferreira se deve ao fato de o PRB ser da base aliada da presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, enquanto Campos Machado é fiel ao governador Geraldo Alckmin, apoiador de Serra. "PRB e PTB podem caminhar separados", afirmou Ferreira. Ele descartou ainda o fato de que o texto em defesa de Russomanno, publicado no blog pessoal do bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal, tenha sido um revés na campanha.

Desde o início da candidatura, Russomanno vinha tentando se desvencilhar da ligação com a denominação evangélica, exatamente para evitar possíveis rejeições. "Eu acho que essa não foi a causa. Veja que isso era dito há muito tempo, mas a intenção de voto não caía. Ficamos sem fôlego para resolver a questão da tarifa do ônibus, sem tempo de televisão suficiente", disse ele.
Russomanno se apressou a desmentir a possibilidade de racha no grupo. "Saímos unidos desta eleição. Fizemos uma campanha limpa, sem ataques e construímos uma terceira via", disse. Ao seu lado, Campos Machado ficou calado durante todo o tempo durante a entrevista.

O candidato tentou minimizar os efeitos danosos à sua campanha da proposta da passagem de ônibus proporcional, criticada duramente pelos adversários. "O problema não foi a proposta, mas os ataques feitos a ela", resignou-se Russomanno.
Luiz Flávio D'Urso fez coro ao negar possíveis erros de campanha. "Houve ajustes de estratégia durante todo o período de campanha e esses ajustes permaneceram agora no final", disse o candidato a vice-prefeito. 

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