População protesta contra os cortes
de gastos do governo e líderes sindicais convocam greve geral
Londres, 20 - Mais de 100 mil
pessoas, segundo os organizadores, se manifestaram neste sábado, 20, em Londres
contra os cortes e medidas de austeridade, em protestos que se estenderam por
outras cidades do Reino Unido e acusaram o primeiro-ministro, David Cameron, de
favorecer os ricos e afogar o crescimento.
O protesto realizado no centro de
Londres, perto das sedes do governo e do Parlamento, transcorreu em geral de
forma pacífica, com poucos focos de distúrbio.
Mais de 250 ônibus trouxeram à
capital cidadãos de todos os pontos do Reino Unido, enquanto também foram
organizadas manifestações em Belfast (Irlanda do Norte) e Glasgow (Escócia).
Sindicalistas, professores,
enfermeiras, bombeiros e trabalhadores comunitários e de ONGs participaram da
colorida e ruidosa passeata, na qual também houve muitas famílias e idosos.
A longa coluna humana avançou
durante o dia todo pelas ruas do centro até chegar ao Hyde Park, onde aconteceu
um ato reivindicativo do qual participou o líder do Partido Trabalhista, Ed
Miliband.
Em discurso neste parque, Miliband
levou a multidão ao delírio ao criticar o elitismo do Executivo de coalizão
liderado por Cameron, a quem acusou de favorecer os ricos.
No entanto, o líder trabalhista foi
vaiado quando advertiu que um governo sob sua direção não poderia deixar de
fazer cortes, mas que estes seriam "mais progressivos e mais justos".
Miliband recuperou o aplauso dos
presentes quando expôs suas propostas de crescimento e bem-estar social, entre
elas combater o desemprego juvenil, introduzir um imposto sobre as
gratificações dos banqueiros, construir imóveis sociais e deter "o experimento
de privatização" do Serviço Nacional de Saúde (NHS).
Os manifestantes protestam contra a
política de drástico corte do gasto público do Executivo de Cameron, que está
em interdição porque, não só não conseguiu reduzir o endividamento, mas,
segundo os analistas, está paralisando o crescimento.
O Reino Unido está em recessão desde
o final de 2011 e, embora o desemprego tenha diminuído em agosto para 7,9% -
pelo efeito dos Jogos Olímpicos -, não há indícios de recuperação econômica.
Os cortes do governo causaram a
demissão de centenas de milhares de funcionários, a supressão de numerosos
serviços públicos e a progressiva privatização da educação e da saúde.
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Dag Vulpi