segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Campanha vê Serra chateado com Haddad e assume erro do 'kit gay'

Edson Aparecido, coordenador-geral da campanha do candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra,

O coordenador de campanha do tucano José Serra, Edson Aparecido, fez um balanço da derrota do ex-governador para o petista Fernando Haddad nas eleições municipais de São Paulo. O deputado federal afirmou que a campanha "perdeu uma semana" falando sobre o polêmico "kit-gay" e admitiu que Serra ficou chateado com a atitude do futuro prefeito da capital paulista Fernando Haddad nos últimos momentos da disputa.

De acordo com Aparecido, o petista fez duras críticas a Serra, por volta das 18h, em uma entrevista cedida a uma rádio da cidade, quando, segundo o próprio coordenador da campanha, Haddad já estava praticamente eleito prefeito de São Paulo.

"Ele estava muito chateado com o Haddad porque, de forma desnecessária, ele voltou a fazer críticas ao Serra já no final da apuração. Praticamente eleito prefeito, foi socar o porrete no Serra. Ele atacou de novo o Serra hoje de tarde. Falei com Serra umas 18h e ele disse que o Haddad foi para a rádio atacar de novo. O gesto de quem ganha a eleição deve ser de unir a cidade, gesto de grandeza. O prefeito eleito não desceu do palanque, que é o estilo do PT administrar, dividindo a cidade. É uma pena, mas não sei se ele (Serra) ligou para o Haddad", afirmou.

Aparecido afirmou que Serra e o PSDB foram atacados pelo PT a todo momento e que os tucanos buscaram sempre fazer uma campanha "propositiva". "(Haddad) Disse que o Serra tinha feito campanha desonesta. Fomos atacados o tempo todo e no último debate também. Só sei que ele ficou chateado e que talvez esperasse do Haddad um gesto de grandeza", completou.

A respeito dos erros durante a campanha, o deputado federal ressaltou a insistência no tema "kit-gay", que são os kits anti-homofobia voltados para escolas públicas, criados pelo petista e pelo tucano. "No segundo turno, talvez perdemos uma semana decisiva onde podíamos ter entrado na questão do bilhete único e apontado o fim das Organizações Sociais proposta pelo PT. Patinamos uma semana discutindo um assunto que não era da nossa campanha, que foi o chamado 'kit gay', que virou personagem da campanha. Ele veio de fora e entrou no debate da cidade. Não era um assunto da nossa campanha", afirmou.

Mudanças
Edson Aparecido falou ainda sobre renovação e disse que o PSDB não pode ser um partido "apenas em época de eleição". Para ele, a legenda precisa ter mais vida.
"O principal desafio do PSDB é esse. Temos que ter vida partidária e vida na sociedade. Não pode ser um partido que se mobiliza só na época da eleição. Temos um monte de gente nova no PSDB. Escolhemos o melhor candidato do partido. Só ele conseguiria unir a aliança que fizemos. Uniu Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab. Pela experiência, história e pela preparação para administrar a cidade ele era o mais preparado", afirmou.

A ideia do tucano é fazer uma avaliação nacional e estadual e estudar, com detalhes, onde o partido errou durante as campanhas. Para o deputado federal, o PSDB tem que fazer prevalecer a oposição na prefeitura da cidade.

"Aqui em São Paulo deixamos de ganhar prefeituras e alianças importantes porque o PSDB cometeu o erro de lançar candidatura própria, como em Mauá, Santo André, Diadema. O grande desafio no Estado é aprofundar os seus vínculos com a sociedade. Do ponto de vista do partido, fazer essa discussão das bandeiras, mas ter uma organização mais viva. O partido é muito cartorial na cidade e no estado. Agora somos oposição na cidade e se a gente não tiver partido com vida, não dá. Não podemos fazer oposição só na Câmara. Precisamos ter coragem de estar na sociedade", completou.

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