Na
noite passada (03/09), durante o segundo debate na televisão entre
candidatos, assim como os números na pesquisa, a temperatura da disputa subiu.
Embalada pela alta expressiva no prestígio do ex-ministro da Educação, as
críticas suplantaram a apresentação das propostas de cada candidato. O debate
ocorreu na Rede TV!, Em parceria com o diário conservador paulistano Folha
de S. Paulo. Os ataques mais incisivos foram voltados ao tucano José Serra e ao
petista Fernando Haddad. O candidato do PRB, Celso Russomanno, por sua vez,
lidou com tentativas do petista de polarizar o debate em áreas como os
transportes. Além disso, empenhou-se em se afastar do elo direto que o liga à
igreja evangélica.
Participaram
do encontro oito candidatos – além de Russomanno, Serra e Haddad, estiveram
presentes também Gabriel Chalita (PMDB), Paulinho da Força (PDT), Soninha
Francine (PPS), Levy Fidelix (PRTB) e Carlos Gianazzi (PSOL).
No
primeiro bloco, passados alguns minutos, Chalita abriu fogo contra Serra.
Adversário ferrenho do ex-prefeito desde os tempos em que integrava o governo
estadual do PSDB em São Paulo, Chalita atacou o fechamento de escolas na
administração do tucano, que respondeu:
– Eu
fico espantado com a facilidade com que o candidato falta com a verdade.
Chalita
ainda resgatou denúncias da campanha presidencial de 2010.
– Eu
não tenho histórico de mentiroso. Não fui eu que disse que não conhecia Paulo
Preto – disse, em referência à relação entre o tucano e Paulo Vieira de
Souza, o Paulo Preto, suspeito de ter fugido com R$ 4 milhões em recursos da
campanha tucana.
Mais debate
Com
Russomano à frente nas pesquisas, Haddad tentou, durante o debate, polarizar
com o adversário do PRB sobre seus planos para o transporte público, citando um
dos carros chefes da campanha petista – o Bilhete Único mensal. Russomanno
devolveu a pergunta e aproveitou a oportunidade para ironizar a ideia de
Haddad.
– Eu
não sou contra a proposta (do bilhete mensal), desde que ela fosse viável. Eu
não consegui entender quem vai pagar essa conta, o consumidor ou o poder
público – rebateu.
Tradicional
aliada de Serra, a candidata do PPS, Soninha Francine – sem chance alguma de
seguir ao segundo turno, de acordo com as últimas pesquisas – transformou-se em
braço auxiliar do ex-chefe tucano e dirigiu suas críticas a Haddad:
– E o
Maluf, Haddad? – alfinetou, em referência à polêmica aliança entre o
ex-ministro e o ex-prefeito pepista.
– Eu
não sei se você tem encontrado com ele – devolveu Haddad, irônico, ao responder
à adversária.
– Eu
faço aliança com partidos políticos e disse desde o começo que vou fazer
aliança com todos os partidos da base da presidenta Dilma – completou o
petista.
Logo
em seguida, foi a fez de Giannazi distribuir suas críticas a Serra, desta vez
ao falar sobre o modelo de organizações sociais na gestão da saúde.
– É
acabar com a privataria tucana na saúde, com a privatização tucana da saúde –
disse.
Já o
candidato Levy Fidelix aproveitou sua oportunidade para questionar as pesquisas
e chegou a citar um estudo interno de seu partido, o PRTB, com a assinatura do
instituto New Sense, em que ele apareceria com 5,7% das intenções de voto.
Negou, ainda, que faça algum tipo de “dobradinha” com outro candidato.
– Não
sou de fazer qualquer tipo de acordo. Meu acordo é com o povo de São Paulo –
disse.
Gianazzi,
por sua vez, citou o julgamento do ‘mensalão’ pelo Supremo Tribunal Federal
(STF), alfinetando o PT de Haddad, e também o que qualificou como incoerências
de Serra.
–
Conheço todas as contradições do Serra. Sei o que ele fez no último verão e vou
colocar isso no debate. E vamos falar de corrupção também, de ‘mensalão’ –
avisou.
Paulinho
também alfinetou os adversários e chegou a dizer que pediria mais explicações
de Haddad sobre a proposta do Bilhete Único mensal.
– Ele
tem que explicar melhor isso. Não ficou claro quanto é, se é de graça – disse.
Até o
primeiro turno das eleições, dia 7 de outubro, os candidatos ainda irão se enfrentar
em mais quatro oportunidades pela televisão. O próximo será no dia 17,
promovido pela TV Cultura em parceria com o jornal O Estado de S.
Paulo e o Youtube. Em seguida, a TV Gazeta, no dia 24, a TV Record,
no dia 1º, e a TV Globo, no dia 4, realizarão os debates eleitorais.
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Dag Vulpi