domingo, 9 de setembro de 2012

Haddad desafia Serra a defender gestão de Kassab


Pela primeira vez, Serra mencionou o caso de suposta compra de apoio no Congresso Nacional, durante o primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva

São Paulo - O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que seu adversário José Serra (PSDB) está usando o julgamento do mensalão na campanha porque não tem projetos para a cidade e o desafiou a defender na eleição o legado do prefeito Gilberto Kassab (PSD), que apoia o tucano. "Uma administração que tem 20% de aprovação e 80% de reprovação tem de partir para esse tipo de expediente, para assustar as pessoas", disse.

Serra mencionou o caso de suposta compra de apoio no Congresso Nacional, durante o primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os réus, estão petistas como os ex-presidentes do partido José Dirceu e José Genoino, além do ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha, já condenado.

Em entrevista após carreata em Parelheiros, ao lado da ex-prefeita Marta Suplicy, Haddad, que foi ministro da Educação no governo Lula, se desvinculou do escândalo e defendeu o ex-presidente, sob cuja administração teria ocorrido o mensalão. Também criticou o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, sem mencioná-lo diretamente.
"Fiquei (durante o período no MEC) administrando um orçamento que é o dobro do de São Paulo sem nenhuma insinuação de condutas irregulares da minha parte", afirmou. "Lula foi o primeiro presidente a dar total apoio para que as instituições funcionassem. Não varreu as denúncias para debaixo do tapete, como seu antecessor fez. Lula agiu como estadista."

Pastores e Russomanno
O petista criticou a iniciativa de pastores da Assembleia de Deus Ministério em Santo Amaro, que pediram ontem, em culto, que seus fiéis votem no candidato a prefeito do PRB, Celso Russomanno, presente no evento. A prática é proibida pela legislação eleitoral. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo antecipara na véspera que os pastores da Assembleia têm metas de votos a obter.
"Temos uma legislação e não podemos jogar fora uma conquista da democracia, o Estado laico. A Prefeitura, o Estado e o governo federal têm de garantir a liberdade religiosa e as condições para quem quiser manifestar sua crença, isso é constitucional. Mas é inconstitucional o uso do espaço público para partidarização. Temos de impedir qualquer tipo de perseguição religiosa, mas a mesma Constituição que estabelece isso proíbe a utilização oportunista de templos e espaços públicos para a partidarização", disse Haddad.

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