Numa clara demonstração de insatisfação, o
governo americano alerta o Itamaraty que a elevação de tarifas de importação
ameaça a cooperação entre os dois países no campo comercial. Em uma carta
enviada ao chanceler Antonio Patriota pela Casa Branca e obtida pelo Estado, o
governo americano apela para que o Brasil reduza as medidas consideradas pelos
americanos “protecionistas” e abandone a atitude vem adotando de elevar
barreiras.
A carta é datada de 19 de setembro e
assinada pelo representante de Comércio do governo Barack Obama, Ron Kirk. Há
duas semanas, o governo brasileiro anunciou a elevação de impostos de
importação para cem linhas tarifárias, uma medida que já havia sido precedida
por outras barreiras.
O Brasil insiste que tem o direito legal de
elevar essas tarifas. Isso porque as tarifas aplicadas de fato no Brasil estão próximas
de 12%, enquanto os compromissos internacionais do País na OMC apontam para um
teto de 35%. O governo americano, porém, não ve a situação dessa forma e indica
que não está seguro que as tarifas estejam dentro dos limites.
Mas são as ameaças que marcam o tom da
carta. “No que se refere à cooperação bilateral, estou preocupado que elevações
de tarifas repetidamente e cada vez mais focadas nos Estados Unidos irão afetar
a percepção sobre nossa cooperação mútua para facilitar o comércio em produtos industriais”,
apontou Kirk.
O governo americano alerta que sabe que o
Brasil está “examinando propostas” de novas elevações de barreiras ao comércio
e aponta que a repercussão internacional dessa atitude pode ser negativa, assim
como o impacto econômico. O governo americano chega a fazer uma outra ameaça
velada, insinuando que se o Brasil seguir com essa política, outros países
adotarão barreiras contra as exportações nacionais.
“Eu apelaria ao Brasil para reconsiderar
recorrer a novos aumentos tarifários e retirar aquelas que já está aplicando”,
pediu Kirk.
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Dag Vulpi