O primeiro dia de
julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) terminou no início
desta noite com a leitura de um histórico sobre o caso, baseado no relatório do
ministro Joaquim Barbosa. Ele lembrou as acusações que pesam sobre cada réu e
como o STF se posicionou em 2007, quando decidiu abrir a ação penal.
Barbosa fez uma
apresentação resumida do relatório de 122 páginas elaborado por ele no final do
ano passado, cujo teor foi aprovado hoje pelo revisor Ricardo Lewandowski. A íntegra
do relatório pode ser conferida no site do STF.
Antes da fala de
Barbosa, o advogado Alberto Toron, que representa o deputado federal João Paulo
Cunha (PT-SP), pediu que o STF reconsiderasse a decisão sobre o uso de
apresentações multimídia pelos advogados. A questão foi analisada ontem (1º)
pelos ministros, que, por 5 votos a 4, entenderam que a inovação seria muito
ousada para um caso de tamanha complexidade.
Ao retomar o assunto
hoje, Toron argumentou que o quórum estava incompleto e que o placar foi
apertado, mas o assunto sequer chegou a ser discutido em plenário. Em resposta
enérgica, o presidente Carlos Ayres Britto disse que a colocação era
“impertinente” e encerrou o assunto.
O julgamento do
mensalão será retomado amanhã, a partir das 14h, com as colocações do
procurador-geral da República Roberto Gurgel. Ele explicará porque cada réu
deve ser condenado, segundo a convicção formada pelo Ministério Público durante
o processo.
A análise da questão
de ordem sobre o desmembramento
do processo, sugerida pelo advogado Márcio Thomaz Bastos, acabou atrasando
em um dia o julgamento já que, pelo cronograma elaborado pelo presidente do
STF, estava prevista para amanhã (3) a manifestação dos primeiros cinco
advogados de defesa, começando pelo representante de José Dirceu. Essa etapa
agora ficou para segunda-feira (6).
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