O
ex-ministro José Dirceu trabalha com vários cenários como possíveis resultados
do julgamento do mensalão e estaria se preparando para uma sentença
desfavorável. "Ele está pronto para tudo", diz um advogado de defesa
de outro réu, mas que mantém relações de amizade com o deputado cassado e até
fez citações elogiosas a ele em sua sustentação oral no STF.
"Ele,
inclusive, já preparou a mãe", diz o advogado. Olga Silva, tem 92 anos e
vive em Passa Quatro, sul de Minas, onde o ex-ministro passou os dias que
antecederam o início do julgamento.
José
Dirceu calcula ter cinco votos pela sua absolvição entre os onze ministros do
STF. O ex-ministro responde por crimes de corrupção ativa e formação de
quadrilha, na ação penal 470, e é considerado pelo procurador geral, autor da
acusação, "o chefe da quadrilha".
Há
controvérsias envolvendo a acusação de corrupção ativa — a defesa alega a falta
de "ato de ofício" comprovando o crime. Já a acusação de
"formação de quadrilha" também é polêmica. O ministro revisor,
Ricardo Lewandovski, considerou que Dirceu não podia ser enquadrado neste
crime, quando o Supremo julgou a procedência da denúncia, em 2007.
Último
recurso — Mesmo assim, os advogados já cogitam um eventual recurso ao STF
em caso de réus condenados que tenham obtidos pelo menos quatro votos pela
absolvição. Trata-se do "embargo infringente". Uma vez acolhido pelo
Tribunal, ocorre o sorteio de um novo relator para apreciá-lo.
Esse
eventual recurso pode chegar ao plenário já depois da aposentadoria de dois
ministros, Cezar Peluso e Ayres Britto. "Neste caso, teríamos um novo
julgamento, completamente diferente, ainda mais porque estes dois votos são
tidos como certos pela condenação", diz um dos advogados de defesa que já
trabalha com a hipótese da aplicação do recurso.
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