sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Haddad vira alvo em debate e tem de falar de mensalão e Maluf

Candidato petista à Prefeitura de São Paulo rebateu críticas dizendo que nunca foi envolvido em denúncias e que faz alianças com partidos e não com pessoas

Candidatos à Prefeitura de São Paulo participam

do debate na Rede Bandeirantes
Depois de ser o alvo preferencial dos ataques no primeiro debate entre os candidatos que disputam a Prefeitura de São Paulo nessas eleições, na Rede Bandeirantes, o petista Fernando Haddad deixou os estúdios da TV dizendo que não se sentia incomodado em responder perguntas sobre a aliança com o PP de Paulo Maluf ou sobre o mensalão, escândalo que colocou no banco dos réus integrantes do seu partido. "Tenho que estar preparado para responder sobre transporte, saúde, educação, tudo, porque minha vida pública é muito honrada", disse ele.

Haddad argumentou que não pretendia contornar nenhum problema, nenhuma questão. "Eu enfrento todas as questões de peito aberto, como sempre fiz", afirmou o candidato que, durante o embate, foi questionado por seus adversários sobre a participação de Maluf em sua campanha e sobre os reflexos que o julgamento do escândalo do mensalão, que começou na quinta-feira, 2, no Supremo Tribunal Federal (STF) pode ter sobre sua campanha.

Durante o debate, o petista teve que explicar a polêmica aliança que seu partido fez com o PP de Paulo Maluf e tentou minimizar o impacto negativo desse acordo sob o argumento de que faz aliança com partidos e não com pessoas. Para tentar se contrapor às críticas de que seu partido integra o banco dos réus do maior escândalo do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o mensalão, Haddad disse que em vários anos de administração pública, jamais teve seu nome envolvido em nenhuma espécie de denúncia.

Já o candidato do PRB, Celso Russomanno, deixou os estúdios da Rede Bandeirantes rebatendo as denúncias do suposto envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. "Ninguém vai levar para a lama o meu nome do jeito que levaram. Isso aqui é sujeira. É o esgoto da política brasileira. Não aceito ser colocado em condições de igualdade com quem está no lixo da política", rebateu.

Após o debate, Paulinho do PDT disse que o evento foi uma oportunidade para todos os candidatos exporem as suas ideias. "Eu consegui falar um pouco do que gostaria de propor à cidade, como a descentralização, a redução do ISS e da progressão continuada." Carlos Giannazi do PSOL disse que a corrupção tem drenado o dinheiro público para as empreiteiras, para o pagamento de propina, para a lavagem de dinheiro. "E esse é o dinheiro da saúde pública e da educação pública. Por isso que eu levantei a questão da Privataria Tucana, que o Serra fugiu, do mensalão, que o Haddad fugiu, e das alianças espúrias."
O tucano José Serra avaliou o debate como positivo, destacando que teve a oportunidade de expor várias ideias e fazer propostas. "Este era o meu objetivo. Procurei ser claro, como é meu estilo. É pouco tempo para falar, mas é o possível." Soninha Francine, do PPS, disse que alguns temas a surpreenderam. "Eu achava que só eu e o Giannazi falaríamos da dívida de São Paulo com a União. Achei ótimo que o tema veio à tona."

Levy Fidelix (PRTB) disse que o embate "deixou patente e claro a mediocridade de alguns candidatos". "Trataram de temas menores, mas se esqueceram do bolso (sobre a dívida de São Paulo com a União). Como um pai de família pode ter filhos e não saber o quanto gasta. Como se pode dirigir essa cidade sem saber ou tocar nesse tema? Eu lamento que os ditos grandes candidatos não entraram nessa temática, só querem construir e construir. Mas com que dinheiro?"

O peemedebista Gabriel Chalita também considerou bom o debate. "Foi muito bom. Eu acho que a campanha começou. É claro que um debate com muita gente falando não dá para você esgotar todos os temas. Mas foi importante falar de educação, saúde, segurança e poupatempo para a pessoa jurídica."

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