sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Antártida teve floresta tropical há 50 milhões de anos


Sedimentos coletados no fundo do oceano mostram pólen fossilizado de espécies diferentes de plantas, registro da diversidade da flora daquela época
Pólen achado na Antártica revela que a região já teve florestas tropicais e coníferas
Um grupo de pesquisadores encontrou evidências de que a Antártida, no Polo Sul, já teve temperaturas bem mais amenas e chegou a abrigar uma floresta tropical, com samambaias, palmeiras e baobás, além de vegetação de montanha, com coníferas e faias. A descoberta faz parte de um projeto internacional que analisa as mudanças climáticas do período Eoceno, que ocorreu entre 48 a 55 milhões de anos atrás. O estudo foi publicada na revista Nature. 

Pesquisadores perfuraram o fundo do oceano e analisaram
sedimentos depositados no período Eoceno
A pesquisa foi coordenada por James Bendle, da Universidade de Glasgow, na Escócia. Bendle reuniu 36 cientistas e uma tripulação de 100 pessoas para estudar a Antártida. Os cientistas utilizaram uma espécie de broca para perfurar o fundo do oceano – quatro quilômetros abaixo da água e um quilômetro abaixo do solo do fundo do mar.
Os sedimentos coletados contêm pólen fossilizado, e a partir dele foi possível determinar que havia dois ambientes distintos.
Florestas na Antártida - O primeiro ambiente era de uma floresta tropical dominada por samambaias, palmeiras e vegetação da família Bombacaceae, cujos exemplares modernos são os baobás de Madagascar – conhecidos por "árvore da vida", por reterem água em seus troncos. O segundo ambiente era uma floresta de montanha, com faias e coníferas.

Pesquisadores encontraram vestígios de uma árvore ancestral do baobá
O pólen também trouxe pistas sobre a temperatura à época. Segundo os pesquisadores, na costa da Antártica elas estiveram em torno de 16 °C, podendo atingir 21 °C nos verões e 10 °C no inverno.  
 “As amostras de sedimentos do Eoceno são a primeira evidencia detalhada do que ocorria na Antártida neste período. Fizemos a perfuração em meio a baixas temperaturas, geleiras enormes, montanhas cobertas de neve, icebergs. É incrível imaginar que, se fôssemos um viajante do tempo, poderíamos remar em águas quentes e chegar a uma floresta exuberante”, falou.
Um grande iceberg ao largo da costa de Wilkes Land, na Antártida. Há 50 milhões de anos, esta parte da costa foi banhada por águas subtropicais

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Dag Vulpi

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