Hoje são remotas as chances de o ex-prefeito e
presidente do PSD, Enivaldo dos Anjos, disputar a prefeitura de Barra de São
Francisco (noroeste do Estado). Com Enivaldo praticamente fora, boa parte dos
francisquenses apostava que o caminho ficaria livre para o deputado estadual
Luciano Pereira (DEM). Mas a candidatura do estreante Alencar Marim (PT)
promete pôr fogo na disputa.
Marim, que é secretário de Assistência Social do município, já conquistou o apoio de quatro partidos: PMDB, PDT, PTN e PRB. A frente se reuniu nessa terça-feira (19) para reafirmar o compromisso dos partidos com a pré-candidatura de Marim. No encontro, foi redigido um documento com os principais compromissos da frente. O grupo pretende, entre outras ações, regularizar a situação de Barra de São Francisco no INSS, o que tem impedido que o município receba verbas estaduais e federais; elaborar um orçamento participativo, e implementar um choque de gestão com vistas a construir uma administração pública moderna. Sugere, ainda, que o debate eleitoral seja pautado no modelo de desenvolvimento para o futuro de Barra de São Francisco, e não em discussões rancorosas.
O discurso moderno da frente tenta convencer os eleitores que Marim, apesar de estreante e com pouca experiência, significa a renovação. Quem conhece a história política de Barra de São Francisco sabe que dois grupos dominaram, durante décadas, a política no município.
As disputas sempre estiveram polarizadas entre os grupos de Edinho Pereira, pai de Luciano, e de Enivaldo dos Anjos. Tanto é que a expectativa do candidato do DEM, desde o começo, era enfrentar o ex-prefeito Enivaldo dos Anjos. Luciano nem sonhava em pegar pela proa Alemcar Marim. A lógica de Luciano era a seguinte: se vencer, além do cargo de prefeito, a vitória passa a ter um sabor especial para a família Pereira, que ficaria em vantagem sobre o grupo ligado a Enivaldo. Caso saia derrotado, Luciano simplesmente retorna para Assembleia, onde tem mais dois anos de mandato.
Apesar da rivalidade da família Pereira, Enivaldo buscou, desde o princípio, apaziguar esse clima tenso. Inclusive se empenhou em buscar o diálogo com Luciano, que se manteve refratário a qualquer aproximação.
Como as conversas com Luciano não avançaram, o impasse ficou posto. Percebendo o espaço deixado por Enivaldo, o PT se apressou em lançar candidato próprio. Marim, que era inicialmente uma “aposta cega”, em função do atual cenário político, vem ganhando musculatura rapidamente.
O atual prefeito, Waldeles Cavalcante (PSC), já confirmou apoio à candidatura de Marim, mas não hesitaria em apoiar uma frente puxada por Enivaldo, fortalecendo ainda mais o grupo.
Enivaldo, no entanto, ainda se mostra reticente em concorrer. Ele afirma que deve anunciar uma decisão somente no próximo dia 23. Observadores políticos apostam que Enivaldo não vem candidato. Caso o presidente do PSD fique fora da disputa, a tendência é que ele apóie o candidato do PT, dando mais musculatura a uma candidatura que nasceu desacreditada. SD| José Rabelo
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