Uma das lembranças da minha infância se passa quando eu ainda era muito pequeno tinha entre cinco e seis anos e morava em Caldeirão, isso mesmo, eu nasci em Caldeirão em 31 de março de1964, Caldeirão é um lugarejo da pequena cidade de Santa Teresa região das montanhas do ES.
Morávamos numa casinha simples cercada por montanhas e em frente a casa passava o rio Santa Maria, meus pais eram agricultores, trabalhavam como se chamava na época de meeiros, mas na realidade não eram meeiros porque a divisão do que era colhido nunca era meio a meio, muito pelo contrário, talvez o nome correto seria "umdécimoeiro", mas tudo bem, graças aos esforços de meus pais conseguíamos o nosso sustento.
Meu irmão mais novo naquela época ainda era de colo, desta forma minhas brincadeiras eram quase sempre individual, muito raramente meus primos apareciam para nos divertirmos, dificilmente também eu podia ir até a casa deles pois todos moravam longe uns dos outros e não havia casas próximas umas das outras como hoje.
Certa manhã fria como todas as manhãs daquele lugar, estava eu brincando no porão da casa com o meu carrinho, carrinho no subconsciente porque na realidade não passava de um pedaço de madeira quadrado, sem rodas nem nada só o toco, aliás eu passava todo o meu tempo brincando sozinho com brinquedos imaginários, de repente dei de cara com um enorme sapo escuro e cascudo, fiquei paralisado lembro que fiquei todo arrepiado ao ver aquele monstro no meu local de diversão, de imediato pensei preciso me livrar deste cara é ele ou eu, e o pobre sapo não estava nem aí para mim, continuou lá quietinho no cantinho dele e aí fiz a primeira besteira da minha vida, saí do porão e fui procurar uma pedra, não demorei muito para achar, retornei disposto a liquidar aquela coisa asquerosa, levantei a pedra e desferi um golpe certeiro no meio das costas do pobre animal, não consegui ficar olhando por muito tempo para aquela pobre criatura e sai em disparada, fiquei uns três dias sem ir brincar no meu local favorito, mas no quarto dia lá fui eu para o porão peguei o meu "carro" e sai puxando-o em direção ao porão, assim que comecei a entrar e atentamente observar os quatro cantos percebi a presença do monstro, ele estava lá no cantinho e o pior estava vivo, o pobre animal vendo a minha aproximação começou a se arrastar, o coitado estava com as costas quebradas mas continuava vivo, aquela cena me tocou fundo, fiquei com muita pena do coitado e tentei reparar o mal que lhe havia feito, fui até o quintal e peguei um pedaço de folha de bananeira e na minha coleção de coisas raras para a época peguei uma latinha e coloquei um pouco de água, com o auxilio de uma varinha empurrei o coitado para cima da folha de bananeira e, de um lado do paciente coloquei a latinha com um pouquinho de água e do outro um vidrinho de remédio vazio na esperança de uma recuperação do coitado, a cada dez minutos eu ia fazer uma visita ao moribundo, mas não percebia nenhuma melhora no quadro do infeliz, a semana chegou ao fim e nada de recuperação. Chegou o domingo e este era um dia especial dia de comer anghnoline e ir à igreja e neste domingo não foi diferente, assim que chegamos da igreja almoçamos e eu corri para visitar o meu paciente, reservei para ele um pedaço de galinha, daqueles que ficam misturados à sopa de anghnoline, certamente depois de comer um pedaço de galinha ele iria sarar afinal aquela era a comida mais gostosa do mundo, todos que estavam fracos ou doentes e comia sopa de anghnoline rapidinho ficava bom, mas quando me aproximei do pobre coitado para lhe servir o almoço já era tarde e o que vi foi de cortar meu pequeno coração, presenciei o animal sendo dilacerado, ele ainda estava vivo mas milhares de formigas cobriam todo o seu corpo e iam lhe retirando pedaços, já lhe faltava uma das pernas traseiras, isso foi demais para mim, lembro que chorei muito e o meu domingo acabou, deste dia para cá não suporto a idéia de ver animais sofrendo, não concordo com a morte de insetos ou qualquer outro tipo de animal, até uma formiga se eu perceber que vou pisotear mudo o rumo do meu passo para preserva-lhe a vida.
Morávamos numa casinha simples cercada por montanhas e em frente a casa passava o rio Santa Maria, meus pais eram agricultores, trabalhavam como se chamava na época de meeiros, mas na realidade não eram meeiros porque a divisão do que era colhido nunca era meio a meio, muito pelo contrário, talvez o nome correto seria "umdécimoeiro", mas tudo bem, graças aos esforços de meus pais conseguíamos o nosso sustento.
Meu irmão mais novo naquela época ainda era de colo, desta forma minhas brincadeiras eram quase sempre individual, muito raramente meus primos apareciam para nos divertirmos, dificilmente também eu podia ir até a casa deles pois todos moravam longe uns dos outros e não havia casas próximas umas das outras como hoje.
Certa manhã fria como todas as manhãs daquele lugar, estava eu brincando no porão da casa com o meu carrinho, carrinho no subconsciente porque na realidade não passava de um pedaço de madeira quadrado, sem rodas nem nada só o toco, aliás eu passava todo o meu tempo brincando sozinho com brinquedos imaginários, de repente dei de cara com um enorme sapo escuro e cascudo, fiquei paralisado lembro que fiquei todo arrepiado ao ver aquele monstro no meu local de diversão, de imediato pensei preciso me livrar deste cara é ele ou eu, e o pobre sapo não estava nem aí para mim, continuou lá quietinho no cantinho dele e aí fiz a primeira besteira da minha vida, saí do porão e fui procurar uma pedra, não demorei muito para achar, retornei disposto a liquidar aquela coisa asquerosa, levantei a pedra e desferi um golpe certeiro no meio das costas do pobre animal, não consegui ficar olhando por muito tempo para aquela pobre criatura e sai em disparada, fiquei uns três dias sem ir brincar no meu local favorito, mas no quarto dia lá fui eu para o porão peguei o meu "carro" e sai puxando-o em direção ao porão, assim que comecei a entrar e atentamente observar os quatro cantos percebi a presença do monstro, ele estava lá no cantinho e o pior estava vivo, o pobre animal vendo a minha aproximação começou a se arrastar, o coitado estava com as costas quebradas mas continuava vivo, aquela cena me tocou fundo, fiquei com muita pena do coitado e tentei reparar o mal que lhe havia feito, fui até o quintal e peguei um pedaço de folha de bananeira e na minha coleção de coisas raras para a época peguei uma latinha e coloquei um pouco de água, com o auxilio de uma varinha empurrei o coitado para cima da folha de bananeira e, de um lado do paciente coloquei a latinha com um pouquinho de água e do outro um vidrinho de remédio vazio na esperança de uma recuperação do coitado, a cada dez minutos eu ia fazer uma visita ao moribundo, mas não percebia nenhuma melhora no quadro do infeliz, a semana chegou ao fim e nada de recuperação. Chegou o domingo e este era um dia especial dia de comer anghnoline e ir à igreja e neste domingo não foi diferente, assim que chegamos da igreja almoçamos e eu corri para visitar o meu paciente, reservei para ele um pedaço de galinha, daqueles que ficam misturados à sopa de anghnoline, certamente depois de comer um pedaço de galinha ele iria sarar afinal aquela era a comida mais gostosa do mundo, todos que estavam fracos ou doentes e comia sopa de anghnoline rapidinho ficava bom, mas quando me aproximei do pobre coitado para lhe servir o almoço já era tarde e o que vi foi de cortar meu pequeno coração, presenciei o animal sendo dilacerado, ele ainda estava vivo mas milhares de formigas cobriam todo o seu corpo e iam lhe retirando pedaços, já lhe faltava uma das pernas traseiras, isso foi demais para mim, lembro que chorei muito e o meu domingo acabou, deste dia para cá não suporto a idéia de ver animais sofrendo, não concordo com a morte de insetos ou qualquer outro tipo de animal, até uma formiga se eu perceber que vou pisotear mudo o rumo do meu passo para preserva-lhe a vida.
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Dag Vulpi