O
ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse hoje (21) que a aprovação do
Projeto de Lei (PL) 4.302/98), que flexibiliza as regras para terceirização de
mão de obra, em tramitação na Câmara dos Deputados, vai facilitar a contratação
de trabalhadores. A proposta, já aprovada no Senado, permite a terceirização de
todas as atividades de uma empresa e pode ser votada nesta terça-feira pelo
plenário.
“Ajuda
muito porque facilita a contratação de mão de obra temporária, facilita a
expansão do emprego. Empresas resistem à possibilidade de aumentar o emprego
devido a alguns aspectos de rigidez das leis trabalhistas”, disse, após reunião
com a bancada do PSDB na Câmara dos Deputados para discutir a reforma da
Previdência.
O
ministro afirmou ainda que é preciso melhorar a comunicação sobre a reforma da
Previdência para esclarecer a população sobre a necessidade das mudanças.
Questionado
sobre integrantes do PSDB que são contra mudanças nas regras para receber o
Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a desvinculação do salário mínimo, o
ministro disse que é preciso equilibrar as contas. “Todos somos favoráveis ao
maior número possível, maior valor possível de benefícios. A questão é:
precisamos pagar isso. E quem paga é a população, seja através de impostos,
corte de outas despesas públicas, de outros benefícios, seja através de
inflação. Se tirar algo [proposto pelo governo para a reforma] vai ter que
colocar algo equivalente em outro lugar.”
Para
o líder do PSDB, Ricardo Trípoli, o ministro está aberto à negociação, quando
diz que se “tirar tem que colocar alguma coisa”. “Isso deixa condições desse
diálogo continuar”, disse o deputado, após a reunião com o ministro.
Neste
mês, o ministro tem feito reuniões com as bancadas dos partidos na Câmara dos
Deputados para discutir a reforma. Hoje, está agendada reunião também com a
bancada do DEM.
Operação Carne Fraca
Meirelles
comentou ainda a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que na
sexta-feira (17) denunciou frigoríficos envolvidos em esquema criminoso que
"maquiava" carnes vencidas e as reembalava para conseguir vendê-las.
Meirelles contou que na reunião do G-20 (grupo das 20 maiores economias do
planeta), na Alemanha, defendeu a qualidade dos produtos brasileiros. “Se fosse
um país que não levasse a qualidade do produto a sério, não tinha investigação.
É uma mensagem positiva que temos que levar ao mundo.”
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