O ministro
Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse ontem (5) que nunca
ouviu falar da possibilidade de impeachment de um vice-presidente da
República. Em conversa com jornalistas antes da sessão da Segunda Turma do STF,
Mendes disse também que a Câmara dos Deputados poderá recorrer à Corte para
questionar a decisão do ministro Marco Aurélio, que determinou a abertura de processo de
impedimento do vice-presidente, Michel Temer.
"Eu
também não conhecia impeachment de vice-presidente. É tudo novo para
mim. Mas o ministro Marco Aurélio está sempre nos ensinando", ironizou.
Marco Aurélio aceitou
liminar, em mandado de segurança, impetrado pelo advogado Mariel Marley Marra,
de Minas Gerais, que entrou com o mesmo pedido na Câmara dos Deputados, mas foi
rejeitado pelo presidente, Eduardo Cunha. A decisão do ministro foi divulgada
antecipadamente por engano na sexta-feira (1º) e confirmada hoje.
Defesa
da Câmara
Em
manifestação enviada ontem (4) ao Supremo, a Mesa Diretora da Câmara dos
Deputados diz que não aceita intervenção do Judiciário nas atividades da
Casa. A Mesa justificou a decisão de Cunha, que negou seguimento ao pedido
de abertura de processo de impeachment contra Temer. Para a Câmara,
além de tratar-se de um pedido genérico, o vice-presidente não pode responder
por crime de responsabilidade, porque assume eventualmente a Presidência da
República. Assim como a presidenta Dilma Rousseff, Temer é acusado de assinar
decretos sem previsão orçamentária. Ambos afirmam que não houve irregularidade
nos decretos.
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