O Ministério
da Saúde começará a distribuir no fim de fevereiro as primeiras 50 mil unidades
do Kit NAT Discriminatório para dengue, zika e chikungunya, que permitirão o
diagnóstico simultâneo das três doenças com maior agilidade. Outra qualidade é
a redução do custo de aplicação do teste.
“O teste que
vamos distribuir vai dizer de maneira objetiva dentro de duas horas qual é a
enfermidade que a pessoa está acometida. É importantíssima a informação para as
gestantes”, destacou o ministro da Saúde, Marcelo Castro, durante a
apresentação do kit hoje (16), na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O vice-diretor
de Desenvolvimento Tecnológico e Prototipagem do Instituto Carlos Chagas
(ICC/Fiocruz-Paraná), Marco Aurélio Krieger informou que o teste no formato que
foi produzido é único no mundo. “Não existe nenhum teste disponível, que faça
esta avaliação discriminatória neste formato”, contou.
Os kits serão
encaminhados a 18 dos 27 laboratórios centrais (Lacen) do Ministério da Saúde,
localizados em cada estado do país, que conforme o ministro, estão equipados
para receber os 50 mil testes, produzidos pela Fiocruz, no Rio de Janeiro.
Outros três
laboratórios estão sendo preparados para receber os testes. A previsão é que
até o fim do ano sejam distribuídos 500 mil kits. “A produção dos testes vai
ser distribuída continuamente para fazer o diagnóstico. A prioridade para a
diferenciação diagnóstica vai ser para as gestantes”, revelou.
De acordo com
Marcelo Castro, atualmente, o problema número 1 do Brasil é a microcefalia. “O
Brasil tinha, em média, de 2.000 para cá, segundo estatísticas, 150 casos de
microcefalia por ano. De outubro para dezembro do ano passado tivemos 3.500
casos aproximadamente. Então é um caso gravíssimo de saúde pública, poucas
vezes vivido na história de nosso país”, indicou.
Diante da
situação, o ministro defendeu que não podem faltar recursos para combater a
doença. Ele informou que este ano estão garantidos R$ 500 milhões para ações
específicas relacionadas à microcefalia. “Nós temos a palavra e o compromisso
da presidenta Dilma, de maneira explícita, de que não faltarão recursos para o
combate à microcefalia no Brasil”, disse.
O ministro
Marcelo Castro informou que estão confirmadas três mortes por chikungunya, duas
na Bahia e uma em Sergipe, todas em pessoas idosas. Castro disse que as três
doenças que serão diagnosticadas com os testes são graves e estão matando.
“Qualquer das
três doenças tem que ser tratada com a devida gravidade, os casos mais graves
tem que ser internados, têm que ser tratados os sintomas, porque a gente não
tem o remédio para tratar dengue, não temos o remédio para tratar a
chikungunya, não temos o remédio para tratar a zika”, disse, acrescentando que,
por isso, ele acredita que é preciso tomar todas as providências clínicas para
combater os sintomas”, apontou.
O presidente
da Fiocruz, Paulo Gadelha, informou que se os testes fossem produzidos por
laboratórios privados e com aplicações para cada tipo das três doenças
custariam entre R$ 900 e mais de R$ 2 mil.
“Na escala que
estamos fazendo esse teste vai sair com um custo entre US$18 a US$20. Então, só
é possível colocar isso em escala de saúde pública, vai ser feito nos Lacens e
nas áreas de referências e para estudos, ele se torna factível como instrumento
de saúde pública”, analisou.
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