O ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, negou nessa quarta (28) que tenha a intenção de deixar o
cargo. Em entrevista ao canal de notícias CNN, ele afirmou que está
comprometido com a política de ajuste fiscal e voltou a pedir que o Congresso
Nacional tenha empenho em aprovar as medidas para equilibrar o Orçamento de
2016 e discutir reformas estruturais, como a da Previdência Social.
“Não estou
planejando isso [renunciar]. No Brasil, somos convidados pela presidente para
ser ministro. Mas acho que esse nem é o ponto realmente importante. O
importante são as políticas. Temos de ser muito claros em mostrar por que
estamos adotando algumas medidas de esforço [fiscal] e quais são as
perspectivas para o gasto público”, disse o ministro em entrevista ao
apresentador Richard Quest.
Levy negou
também que a equipe econômica pretenda reverter parte das medidas de
austeridade. Ele disse que a economia tem mostrado resistência em meio à crise,
mas que chegou o tempo de o Congresso Nacional decidir sobre o futuro.
“A economia
[brasileira] tem mostrado uma resiliência notável nestes meses de alguma
ambiguidade em relação à política econômica. Agora, é hora de decidir. Temos de
aprovar no Congresso [Nacional] medidas importantes que sustentarão o Orçamento
do próximo ano, tanto no lado da arrecadação como no lado dos cortes. Também
temos de tornar mais eficientes alguns grandes programas [do governo] e
discutir a reforma da Previdência. Tudo isso é necessário”.
Segundo o
ministro, a crise global que atingiu primeiramente os Estados Unidos e depois a
Europa, chegou ao Brasil depois que o preço das commodities – bens primários
com cotação internacional – começou a cair. Ele voltou a mencionar o plano de
recuperação da economia em três etapas. A primeira é o ajuste fiscal, seguido
da recuperação da demanda e de reformas estruturais que tornem a economia mais
competitiva e deem condições para o país crescer de forma sustentável.
“As pessoas
querem saber o que conseguiremos em alguns anos se fizermos algo agora. Temos
de ser muito claros em dizer por que temos o primeiro efeito, a [melhoria da]
perspectiva fiscal. Então, você tem a recuperação da economia. Mas é preciso
enfrentar algumas questões estruturais de modo que o país continue a crescer
depois disso sem a ajuda do preço das commodities que tivemos nos últimos
anos”, explicou Levy.
Em relação à
decisão do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) de manter os
juros básicos dos Estados Unidos próximos de zero, o ministro disse que o
aumento das taxas é natural e ocorrerá em algum momento. “É natural que, às
vezes, o Fed aumente os juros. Não é natural ter taxas zeradas por
tanto tempo. Acho que a elevação será uma boa coisa e também dará um sinal de
que as economias [desenvolvidas] se recuperaram e estão numa situação sadia”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua visita foi muito importante. Faça um comentário que terei prazaer em responde-lo!
Abração
Dag Vulpi