O ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, disse hoje (23) que a atual elevação da cotação do dólar
faz parte de um movimento em todo o mundo e não só um problema do Brasil. Para
ele, existe um processo de recuperação do país, com várias medidas que vem
sendo adotadas. Segundo ele, alguns impactos do preço da moeda americana no
mercado interno são em consequência de efeitos que estavam represados. O dólar
ultrapassou a casa do R$ 4 nesta quarta-feira.
"Acredito
que vamos ver maior estabilidade no dólar também. Difícil, impossível fixar
qual o patamar, mas tenho certeza que essa volatilidade maior também vai se
esvair na medida em que algumas questões, como a votação dos vetos e o próprio
orçamento, forem devidamente equacionadas. Estes são os elementos que vão permitir
a gente, inclusive recolher os frutos do que já foi feito. Esta é a estratégia
de crescimento e é aí que a gente tem que se fixar, com responsabilidade fiscal
e clareza de gastos ", disse após participar do Fórum de Segurança
Jurídica e Infraestrutura no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
“Acho que
primeiro tem movimento global de câmbio e a gente tem que estar atento. O mais
importante é a gente avaliar a situação do Brasil. Eu acho que o processo de
recuperação da economia está em curso. Diversas medidas que foram tomadas no
início do ano estão produzindo seus efeitos. Agora o que a gente vê é um certo
represamento desses efeitos na economia por outras razões que não econômicas,
vamos dizer assim, razões de insegurança”, acrescentou.
Questionado
sobre um possível rebaixamento do grau de investimento do Brasil pela agência
de classificação de risco Fitch, o ministro negou uma mudança na nota de
crédito do Brasil. “As medidas estão surtindo efeito. Alguns resultados mais
positivos estão sendo represados por circunstâncias que trazem uma certa
incerteza. Isso tem limitado a capacidade de investimento e até a capacidade de
arrecadação. Mas eu tenho a convicção de que vencida essas incertezas, a
capacidade de recuperação da economia será rápida”, disse. Representantes da
agência se reuniram ontem (22) com Levy no Ministério da Fazenda.
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