Desde
a disputa eleitoral, o governador Paulo Hartung faz incisivas críticas
ao ex-governador Renato Casagrande, responsabilizando-o por deixar o
Espírito Santo em um verdadeiro “caos” econômico. No entanto, o atual
quadro de secretários estaduais deixa evidente que o governo de PH é
apenas uma continuidade da gestão Casagrande, e vice-versa.
Embora em cargos diferentes, os
secretários empossados por Paulo Hartung não são novos no Estado e na
administração pública dos últimos anos. A certeza de um governo apenas
“mais do mesmo” está, por exemplo, no caso de Eugênio Ricas, que sequer
saiu do cargo de secretário de Justiça com a eleição de Paulo Hartung.
Há ainda outros exemplos, como Rodrigo
Judice, ex-procurador-geral do Estado e que assumiu a secretaria de Meio
Ambiente na gestão atual. Além de Sandra Bellon, subsecretária de
Gestão e Recursos Humanos no governo Casagrande, e que virou titular da
pasta com Hartung.
Mais do mesmo
Em 2011, quando assumiu o governo,
Casagrande tinha Paulo Hartung como seu grande aliado e montou sua
equipe com nomes indicados por ele. Agora, Hartung acusa Casagrande de
ter feito um governo com amigos e sem conhecimento técnico.
Mas sem poder fugir de suas antigas
alianças políticas, Hartung mantém os mesmos secretários do seu
antecessor. Dos 25 secretários “hartunguenses”, 36% são da era
“Casagrande e Hartung”, sem falar dos cargos comissionados e as
autarquias. O que os capixabas têm hoje é um mesmo governo que se
perpetua por 12 anos e cinco meses.
Entre os secretários que continuam está
Ângela Silvares, cunhada de Paulo Hartung, que na gestão Casagrande
esteve à frente da pasta de controle e transparência e agora assume a
Secretaria de Governo. Logo, o discurso de falta de controle do governo
anterior, passaria então pela desaprovação da cunhada. Se realmente não
existia controle nas contas do governo passado, o que faz Hartung
mantê-la no secretariado?
Como se não bastasse a ausência de
pré-requisitos técnicos, ser investigado por improbidade administrativa
também não é empecilho para ser secretário estadual no governo Hartung. O
Ministério Público Estadual ajuizou denúncias contra três atuais
secretários estaduais por malversação do dinheiro público. São eles:
João Coser, Neivaldo Bragato e Haroldo Corrêa Rocha. E se a análise
descer para o segundo escalão de PH, o número de investigados é ainda
maior.
São fatos assim que só corroboram para
desmontar a fictícia crise que Hartung tem criado. Não podemos aceitar
este discurso do governo atual de responsabilizar seu antecessor. É
preciso que Hartung seja responsável pelos seus atos, inclusive o apoio
político e institucional que fez com que seus aliados políticos sempre
estivessem no nos últimos 12 anos e cinco meses. É preciso que Hartung,
Casagrande e cia sejam responsabilizados, civil e criminalmente, por
todos os desmandos que entre si se acusam.
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