domingo, 23 de dezembro de 2012

Pizza estragada

A CPMI do Carlinhos Cachoeira terminou em enorme pizza estragada. E algumas biografias profundamente arranhadas, talvez irremediavelmente.


O jovem deputado Odair Cunha e o ex-líder do PT na Câmara, o trapalhão Cândido Vaccarezza, foram os que mais saíram prejudicados, à além do próprio PT que perdeu apoio até de parte do PMDB para aprovar o relatório final.
Tudo indica, aliás, que setores do PMDB já dão indícios que pretendem ser os primeiros a abandonar o navio que faz água neste fim de ano.

Nós? Ficaremos sem saber sobre eventuais crimes cometidos por uma parte da imprensa que se imiscui com as máfias brasileiras e, segundo indícios, vende seus editoriais para quem lhes pagar melhor. Coisa para deixar o News Of The World com inveja e em lugar secundário em se tratando de desvios de conduta na atividade. Como dito, são indícios, não provas, e precisam ser investigados a fundo. Temos o direito de saber quem faz parte do lixo distribuído que forma opinião mediante pagamento.

A direita radical parece ter saudades dos tempos da senzala e age como um bando de hienas cercando um PT combalido por escândalos e mais escândalos de corrupção. Esta mesma direita agora quer o papel de vestal quando seu passado – e presente – não permite tal atitude.

A Justiça? Enquanto não mostrar que o mesmo rigor aplicado ao PT será distribuído a todos, deve explicações sobre várias hetorodoxias em andamento.
O povo quer heróis inexistentes mas o único possível é ele próprio, e se faz concreto nas urnas.

Uma pizza geral, diz relator da CPMI do Cachoeira sobre conclusão dos trabalhos

Uma grande pizza. Foi assim que vários parlamentares definiram o fim da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários. “As conclusões são um nada, um vazio, uma pizza geral, lamentável.
Apesar de todo o esforço, nós fomos derrotados pela blindagem em favor de Marconi Perillo [governador de Goiás], e a empresa Delta”, disse o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG).

O relatório de Cunha foi rejeitado por 18 votos a 16 e fez com que a CPMI encerasse os trabalhos sem um documento final. Além de votos contrários do PSDB e de partidos menores, o documento foi rejeitado por alguns parlamentes do PMDB, partido da base do governo. O documento derrotado envolvia 41 pessoas. Todas suspeitas de ligação direta com o esquema ilegal de Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar quadrilha de exploração de jogos ilegais, em parceria com servidores públicos. O diretor da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, e o governador Marconi Perillo estavam na lista.

“Ao que vocês assistiram aqui é pior do que pizza. Os governadores Sérgio Cabral (RJ) e Marconi Perillo (GO), além da empreiteira Delta se uniram para derrotar o relatório e impedir que a investigação seguisse em frente. O dia de hoje ficará como o dia da infâmia. Um dia em que o Congresso Nacional brasileiro protagonizou uma das maiores vergonhas da sua história”, disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno, também criticou o resultado final da CPMI. “O parlamento não cumpre com seu papel de investigar, apurar e encaminhar a quem deve tomar providências. De mais de cinco mil páginas, nós tivemos uma página de meia no voto separado do deputado Luiz Pittman (PMDB-DF), o que é lamentável sob todos os aspectos. Como estamos em véspera de Natal é uma presepada o que foi aprovado hoje pela Comissão Parlamentar de Inquérito”, criticou Rubens Bueno.

“A única vitória daqueles que querem a investigação de um esquema de corrupção, que perpassa o governo federal e vários governos estaduais, foi compartilhamento [de informações] com o Ministério Público Federal”, avaliou do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Ele acredita que, apesar do resultado final da comissão, o compartilhamento dos sigilos recebidos pela CPMI fará com que as investigações sigam em frente. O ponto citado pelo deputado foi o único de consenso hoje na CPMI.

Os parlamentares aprovaram requerimento do deputado Odair Cunha para que os sigilos levantados pela CPMI – fiscais, bancários e telefônicos, sejam levados à Procuradoria-Geral da República e ao Ministério Público Federal de Goiás. O compartilhamento está previsto também no voto separado do deputado Luiz Pittman. Com uma página e meia, o documento aprovado na comissão inclui a Polícia Federal, e é considerado o resultado final da CPMI.

“As investigações continuarão e serão aprofundadas. E, aí sim, em ambiente sem as influências, que nós aqui tivemos, e isentas por completo, as investigações poderão aprofundar e trazer aos brasileiros os verdadeiros fatos, da mesma forma que Supremo Tribunal Federal trouxe os últimos fatos do mensalão”, afirmou Pittman.
Agência Brasil

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