sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Quais podem ser as consequências políticas da denúncia contra Cunha?


Mariana Schreiber da BBC Brasil 

A denúncia apresentada na quinta-feira pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao STF (Supremo Tribunal Federal) é uma nova fonte de desgaste para o principal opositor do governo, o que tende a trazer benefícios para a presidente Dilma Rousseff e enfraquecer a oposição.

No entanto, o alcance desses impactos depende ainda da decisão dos ministros do STF de aceitar ou não a denúncia e tornar Cunha réu, observam analistas e políticos ouvidos pela BBC Brasil.

Por enquanto, a maioria dos deputados tem defendido o direito de Cunha de prosseguir como presidente da Casa e se defender. No entanto, é crescente o número de deputados que defendem seu afastamento. Uma nota defendendo sua saída já tem o apoio de parlamentares de dez partidos – PSOL, PSB, PT, PPS, PDT, PMDB, PR, PSC, PROS e PTB.


Cunha foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob a acusação de participar do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

Ele é acusado de receber propina de US$ 5 milhões (R$ 17 milhões) para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras, o que ele nega. Na denúncia, é pedida a condenação do presidente da Câmara por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A ex-deputada federal Solange Almeida (PMDB), atual prefeita de Rio Bonito (RJ), também foi denunciada sob a acusação de corrupção passiva. Outra denúncia foi apresentada contra o senador Fernando Collor (PTB-AL), mas ainda não tornada pública porque algumas das delações que o incriminariam ainda são sigilosas.

Entenda quais devem ser os impactos políticos da denúncia contra o presidente da Câmara.

Governo x oposição


Para o cientista político e professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná) Renato Perissinotto, a denúncia contra Cunha é mais um fator de desgaste para presidente da Câmara, que já vinha perdendo poder desde a semana passada.

Ele afirma que líderes empresariais e grandes jornais nacionais e estrangeiros, como O Globo e o americano The New York Times, se manifestaram nos últimos dias, por meio de entrevistas e editoriais, a favor da governabilidade e contra as decisões de Cunha de colocar em votação projetos que elevam os gastos do governo.

"Essa denúncia é mais um ponto nesse processo de desgaste. De saída, representa o enfraquecimento de um dos mais contundentes adversários do governo", afirma o professor.

Na sua avaliação, as acusações contra Cunha também são uma notícia negativa para políticos de oposição, como os tucanos, que têm se alinhado com o presidente da Câmara nas críticas e nas votações contra o governo.

"Ele agora faz parte de todo esse escândalo de corrupção que está sendo investigado, e qualquer tentativa de se aliar ao Cunha também passa a ter os custos desse problema", acrescenta.

Por todos esses fatores, Perissinotto diz acreditar que as chances de um impeachment da presidente Dilma Rousseff caíram muito nas últimas duas semanas. É Cunha, como presidente da Câmara, que teria o poder de colocar a questão em votação.

No entanto, o cenário político atual torna mais difícil que isso ocorra, ainda mais porque decisões das últimas semanas indicam que os julgamentos que correm contra Dilma no TCU (Tribunal de Contas da União) e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ainda vão demorar para ser concluídos.


Mais instabilidade
O professor de ciência política da UnB (Universidade de Brasília) David Fleischer também considera que a denúncia contra Cunha é um fator negativo para a oposição e que reduz as chances de que o impeachment seja votado.

No entanto, pondera que o peemedebista ainda é forte na Câmara e pode dar mais trabalho para a presidente.

"Isso pode gerar mais instabilidade porque pode aumentar a raiva dele. Ele pode ainda atrapalhar muita coisa (ao definir as pautas de votação)", diz.

O especialista lembra que, em 2005, o então presidente da Câmara Severino Cavalcanti se afastou do cargo devido a denúncias envolvendo valores muito menores – acusações de ter recebido propina mensal de R$ 10 mil da empresa que gerenciava o restaurante da Casa.

"Por muito menos, Severino foi afastado. Mas ele não tinha um controle sobre a Câmara como Cunha tem. Cunha foi eleito pela maioria absoluta e tem um poder muito consolidado sobre os deputados", observou.

"Agora, nós também não sabemos para onde vai a Lava Jato, pode ser que apareçam mais denúncias contra ele. Há um crescente grupo de deputados que querem afastá-lo. Se esse grupo ganhar mais força, isso pode diminuir o controle dele sobre a Câmara", ressaltou.

Afastamento?


A maioria dos deputados vem mantendo um discurso cauteloso sobre a situação de Cunha, destacando que ele não está condenado e terá direito a se defender.

O PSOL é o único partido que em bloco defende o afastamento do peemedebista da presidência da Casa. Mas, segundo o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), parlamentares de outros nove partidos já manifestaram o mesmo desejo – PSB, PT, PPS, PDT, PMDB, PR, PSC, PROS, PTB.

Os nomes ainda estão sendo colhidos e serão apresentados na próxima terça-feira.

Os pernambucanos Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Silvio Costa (PSC) já vinham defendendo o afastamento de Cunha mesmo antes de a denúncia ser apresentada por Janot.

O petista Alessandro Molon foi um dos que engrossaram o coro: "Não há dúvida de que o deputado Eduardo Cunha deve se afastar da presidência da Câmara imediatamente, para preservar a Casa e para que não continue usando o poder que o cargo lhe dá para sua defesa pessoal", disse à BBC Brasil.

Os parlamentares que cobram a saída do peemedebista afirmam que ele está usando a estrutura da Câmara para atrapalhar as investigações. Um episódio que alimentou essas críticas foi a contratação da empresa Kroll pela CPI da Petrobras, com o objetivo de investigar alguns dos delatores do esquema de corrupção.

Defesa


Muitos deputados, porém, mantêm o apoio para que Cunha permaneça no cargo.

Ouvidos pela BBC Brasil, Marcus Pestana (PSDB-MG) e Alceu Moreira (PMDB-RS) defenderam o direito dele de permanecer na cadeira mesmo se o STF aceitar a denúncia e torná-lo réu.

"Por que as outras autoridades que têm denúncias semelhantes não têm tratamento semelhante? Por que só ele e o Collor (foram denunciados)? Há de se perguntar se há outros interesses além do fato em si", questionou Moreira.
"Até que se transite em julgado, uma ampla defesa é um direito capilar. Se fosse por desmoralização, a Dilma já tinha que ter saído, o Lula tinha que estar preso", argumentou.

Pestana diz que não concorda com a "teoria da conspiração" e acredita na independência do Ministério Público na condução das investigações. Mas concorda com o argumento de que Cunha ainda vai se defender.

"Não cabe a nós da oposição blindar nem acusar. Ele, como todos os outros, tem direito à presunção da inocência. Isso não vai parar no Cunha, vai chegar no presidente do Senado (Renan Calheiros) e em mais de 50 parlamentares", concluiu.

No caso de o STF tornar Cunha réu, no entanto, é esperado um novo desgaste na sua rede de apoio. "Se o Judiciário aceitar (a denúncia) e a partir daí ele se tornar réu, nós vamos reunir a bancada e o partido para encaminhar o afastamento ou o que tiver que fazer", observou o líder do PPS, Rubens Bueno.

Operação Lava Jato: PGR denuncia Eduardo Cunha e Solange Almeida


Fato criminoso envolve o recebimento de propina para construção de dois navios-sondas da Petrobras

Com informações do site do Ministério Público Federal - 20/08/2015

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou denúncia ao Supremo Tribunal Federal em que acusa o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de ter recebido propina no valor de ao menos US$ 5 milhões para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras, no período entre junho de 2006 e outubro de 2012. Janot pede a condenação de Cunha pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e da ex-deputada Federal Solange Almeida por ter participado de pressão pelo pagamento de valores retidos, incorrendo em corrupção passiva.

Segundo a denúncia, dentro do esquema ilícito investigado na Operação Lava Jato, Eduardo Cunha recebeu vantagens indevidas para facilitar e viabilizar a contratação do estaleiro Samsung, responsável pela construção dos navios-sondas Petrobras 10000 e Vitoria 10000, sem licitação, por meio de contratos firmados em 2006 e 2007. A intermediação foi feita por Fernando Soares, operador ligado à Diretoria Internacional da Petrobras, de indicação do partido PMDB. A propina foi oferecida, prometida e paga por Júlio Camargo.

O procurador-geral explica que, para dar aparência lícita à movimentação das propinas acertadas, foram celebrados dois contratos de comissionamento entre a Samsung e a empresa Piemonte, de Júlio Camargo. Dessas comissões saíram as propinas prometidas a Fernando Soares, Eduardo Cunha e ao então diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, que levou a questão à Diretoria Executiva e obteve a aprovação dos contratos relativos aos navios-sondas, nos termos propostos pela Samsung.

Por causa dos contratos, a Samsung transferiu, em cinco parcelas pagas no exterior, a quantia total de US$ 40,355 milhões para Júlio Camargo, que em seguida transferiu, a partir da conta mantida em nome da offshore Piemonte, no Uruguai, parte destes valores para contas bancárias, também no exterior, indicadas por Fernando Soares. Cunha é acusado de lavagem de dinheiro por ocultar e dissimular o recebimento dos valores no exterior em contas de empresas offshore e por meio de empresas de fachada.

Pressão pelo pagamento - As investigações demonstraram que, a partir de determinado momento – mais especificamente após os recebimentos das sondas, a Samsung deixou de pagar as comissões para Júlio Camargo, acabando por inviabilizar o repasse da propina aos destinatários finais. Com isso, Eduardo Cunha passa a pressionar o retorno do pagamento das propinas, valendo-se de dois requerimentos perante a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, formulados pela então deputada Solange Almeida, em julho de 2011.

Os requerimentos solicitavam informações sobre Júlio Camargo, Samsung e o Grupo Mitsui, envolvido nas negociações do primeiro contrato. Um foi dirigido ao Tribunal de Contas da União e outro ao Ministério de Minas e Energia. Segundo Janot, a ex-deputada tinha ciência de que os requerimentos seriam formulados com desvio de finalidade e abuso da prerrogativa de fiscalização inerente ao mandato popular, para obtenção de vantagem indevida. Para ele, não há dúvidas de que o verdadeiro autor dos requerimentos, material e intelectual, foi Eduardo Cunha.

De acordo com as investigações, Eduardo Cunha elaborou os dois requerimentos, logado no sistema da Câmara como o usuário “Dep. Eduardo Cunha”, utilizando sua senha pessoal e intransferível, e os arquivos receberam os metadados do usuário logado no momento de sua criação. Depois, os requerimentos foram autenticados pelo gabinete da então deputada Solange Almeida, sendo que ela não era integrante ou suplente da Comissão de Fiscalização e não havia apresentado nenhum outro requerimento à comissão naquele ano.

Na denúncia, Janot informa que, em razão da pressão exercida, os pagamentos foram retomados, por volta de setembro de 2011, após reunião pessoal entre Fernando Soares, Júlio Camargo e Eduardo Cunha. O valor restante foi pago por meio de pagamentos no exterior, entregas em dinheiro em espécie, simulação de contratos de consultoria, com emissão de notas frias, e transferências para igreja vinculada a Eduardo Cunha, sob a falsa alegação de que se tratava de doações religiosas.

Além da condenação criminal, o procurador-geral pede a restituição do produto e proveito dos crimes no valor de US$ 40 milhões (R$ 138 milhões no câmbio de 18/8) e a reparação dos danos causados à Petrobras e à Administração Pública também no valor de US$ 40 milhões (R$ 138 milhões no câmbio de 18/8).

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Procuradoria denuncia Cunha: seis perguntas sobre o que acontece agora


Adriano Brito da BBC Brasil 

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi denunciado nesta quinta-feira ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob a acusação de participar do esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato.

Cunha é acusado, segundo o Ministério Público Federal, de receber propina de US$ 5 milhões (R$ 17 milhões) para viabilizar a construção de dois navios-sondas da Petrobras, o que ele nega. Na denúncia, é pedida condenação do presidente da Câmara por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A ex-deputada federal Solange Almeida (PMDB), atual prefeita de Rio Bonito (RJ), também foi denunciada sob a acusação de corrupção passiva. Para os investigadores, ela participou de pressão pelo pagamento de propina por meio de requerimentos em comissão da Câmara – visando constranger o hoje delator Julio Camargo e as empresas Samsung Heavy Industries e Mitsui.

De acordo com Janot, os requerimentos foram, na verdade, produzidos por Cunha e apenas apresentados pela então deputada, em julho de 2011.

Segundo o Ministério Público Federal, foi denunciado também nesta quinta o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), também por suposto envolvimento no esquema de corrupção. A denúncia foi feita em sigilo porque algumas das delações que incriminariam o senador são sigilosas. Collor nega participação no esquema.

Com a denúncia, a Procuradoria-Geral da República dá início à ação penal contra ele no STF. Desde a divulgação, em março, da lista dos políticos investigados sob autorização do ministro Teori Zavascki, relator do caso na corte, esse é o passo mais importante até agora.

A apresentação da denúncia não significa, porém, que Cunha, Collor e Solange já sejam culpados ou que irão a julgamento: o STF ainda decidirá se eles serão ou não alvo de um processo judicial, ou seja, se serão réus no caso.

Confira seis perguntas e respostas sobre a denúncia contra o presidente da Câmara na mais alta corte do país:

1. O que significa a apresentação da denúncia pela Procuradoria?
Significa que, terminado o inquérito, a Procuradoria-Geral da República concluiu que há provas ou fortes indícios da autoria de crime por parte de Cunha e decidiu formalizar a denúncia junto ao Supremo Tribunal Federal, dando início à ação penal.

2. A denúncia transforma Cunha em réu?
Não. O STF ainda vai decidir se aceita ou não a denúncia, ou seja, se vê elementos suficientes ou não para transformar o peemedebista em réu e levá-lo a julgamento.


3. Como essa decisão ocorre no STF?
No caso de denúncias contra deputados e senadores - como Collor -, o relator do processo, ministro Teori Zavascki, levará a decisão a votação na 2ª Turma, da qual ele faz parte (composta ainda pelos ministros Dias Toffoli, Celso de Mello, Gilmar Mendes e Cármen Lúcia).

Já com relação ao presidente da Câmara, porém, a competência é do plenário da corte, composto por todos os 11 ministros, que terá de apreciar a denúncia.

Não há prazo para que Teori submeta essa decisão aos colegas, mas criminalistas consultados pela BBC Brasil afirmam que, no caso da Lava Jato, isso não deve demorar. Antes de serem marcadas as sessões, é aberto um prazo para as defesas responderem à acusações.

A maioria dos ministros precisa aceitar a denúncia para que ele se torne réu. Em caso de empate, a decisão é pró-defesa, ou seja, a denúncia não será aceita.

4. O que acontece se a denúncia for aceita?
Cunha se torna oficialmente réu, ou seja, será alvo de um processo. No caso da Lava Jato, advogados acreditam que o julgamento pela corte ocorreria daqui a dois a três anos. No caso do mensalão, por exemplo, foram cerca de cinco anos entre a denúncia e o início do julgamento.


5. Cunha perde seu mandato automaticamente caso se torne réu?

Não. O fato de a denúncia ter sido aceita não significa que ele já foi considerado culpado, mas sim que será processado.

A perda do mandato envolve um processo de quebra decoro parlamentar, que ocorre exclusivamente na Casa Legislativa, termina com votação aberta em plenário e não necessariamente tem relação com uma ação judicial.

6. O procurador-geral pode pedir que Cunha seja afastado da presidência da Câmara?

Ele até pode, mas, mesmo caso o pedido seja endossado pelo STF, a decisão final tende a ser da Câmara – alguns advogados acreditam que retirá-lo do cargo seria uma violação ao princípio de presunção da inocência, e que a permanência dele no comando da Casa não teria influência em um processo que corre no Judiciário.

Caso não seja alvo de uma decisão na Câmara, Cunha poderá ficar na presidência até o fim de seu mandato no cargo, que é de dois anos. Ele já afirmou que não deixará o comando da Casa.


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Presidente da Câmara Eduardo Cunha será denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro

Denúncia deve ser apresentada ainda nesta quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal

BRASÍLIA - O Ministério Público Federal deverá apresentar denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda nesta quarta-feira, segundo disse ao GLOBO uma fonte que acompanha o caso de perto. O presidente da Câmara será acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia a ser apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) tem como base a acusação do empresário Júlio Almeida Camargo, que confessou em juizo ter pago US$ 5 milhões em propina para o deputado. Cunha nega participação nos crimes. Se o STF aceitar a denúncia, o parlamentar passará a ser réu no escândalo de corrupção. O GLOBO mostrou também hoje que o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), deve constar na lista apresentada ao Supremo como outro denunciado.

Um dos principais delatores da Operação Lava-Jato, Camargo teria pago o suborno para facilitar a assinatura de contratos de afretamento de navios-sonda entre a Samsung Heavy Industries e a diretoria de Internacional da Petrobras. Pelo aluguel de dois navios, o Sonda Petrobras 100000 e o Vitoria 10000, a Petrobras teria desembolsado US$ 1,2 bilhão. O pagamento de propina para Cunha e outros envolvidos nas transações seria superior a US$ 40 milhões.

À época da assinatura do primeiro contrato, no valor de US$ 586 milhões, a diretoria Internacional estava sob o comando de Nestor Cerveró, condenado no início da semana a 12 anos e 3 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. O negócio teria sido intermediado pelo lobista Fernando Soares, o Baiano. No mesmo processo, o lobista foi condenado a 16 anos e 1 mês de prisão no mesmo processo, que resultou na condenação de Cerveró.

Camargo foi condenado a 14 anos de prisão, mas como fez acordo de delação premiada, ficará em regime aberto diferenciado. A parte relacionada a Cunha foi enviada a Procuradoria Geral da República e deu origem a abertura de um inquérito contra o deputado no STF no início deste ano. Cinco meses depois desta nova etapa da investigação, o grupo de trabalho que auxilia o procurador-geral Rodrigo Janot, concluiu a apuração.

MP DA SUÍÇA AJUDOU NA OBTENÇÃO DE PROVAS

A denúncia contra o presidente da Câmara está sendo redigida. Os procuradores concluíram pela responsabilização criminal de Cunha por corrupção e lavagem. Na investigação da primeira instância, liderada pela força-tarefa de Curitiba, procuradores obtiveram provas da movimentação do dinheiro da propina no exterior com a ajuda do Ministério Público da Suíça.

"A cooperação jurídica com a Suíça foi fundamental para a comprovação do fluxo do dinheiro no exterior e comprovação documental dos fatos. Por meio dela, obteve-se documentos irrefutáveis que comprovaram a transferência do dinheiro da Samsung para as empresas de Julio Camargo e, em seguida, para as de Fernando Soares e Cerveró, bem como para a contas de terceiros indicadas por eles", informou a força-tarefa em nota divulgada na segunda-feira.

As acusações contra Cunha surgiram num depoimento do doleiro Alberto Youssef, o principal operador da propina no esquema de corrupção na Petrobras. Youssef disse que ajudou Julio Camargo a repassar propina para Cunha e outros políticos para facilitar o contrato com a Samsung.

Youssef disse ainda que, o presidente da Câmara até usou requerimentos de informação de uma das comissões da Câmara para pressionar Camargo a liberar parcelas do suborno, que estavam atrasadas por conta de desacertos com a Samsung. Os requerimentos da chantagem teriam sido apresentados em nome da ex-deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), hoje prefeita de Rio Bonito.

Nos primeiros depoimentos da delação premiada, Camargo nada disse sobre as transações com Cunha. Ele se limitou as acusações contra Cerveró e Fernando Baiano. Depois, quando confrontado com depoimentos de Youssef, decidiu abrir o jogo. O empresário confirmou e ainda ofereceu mais detalhes sobre o suposto suborno de Cunha. 

Via O Globo

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Verdades sobre os protestos deste domingo

"É que tem mais chão nos meus olhos
do que cansaço nas minhas pernas
mais esperança nos meus passos
do que tristeza nos meus ombros
mais estrada no meu coração
do que medo na minha cabeça
"

Cora Coralina


Antes de começar vou abrir meu voto nas últimas eleições. No primeiro turno votei no Eduardo Jorge, e no segundo turno fiz algo que jamais pensei que faria, algo que sempre critiquei meus amigos por fazerem: eu anulei meu voto. Ambos os candidatos não tinham minha confiança e minha simpatia. O Aécio havia feito um péssimo governo em Minas Gerais, e eu não queria ver o PT por mais quatro anos no poder (mesmo reconhecendo que no período houve importantes conquistas sociais, o fato é que uma democracia que engatinha precisa não só da possibilidade de alternância, mas também da efetiva alternância).

Dito isso, posso analisar os protestos deste domingo com a mesma tranquilidade com que analisei os protestos de 2013. Há aspectos interessantes e positivos em ambas as manifestações, e alguns aspectos que me preocupam. Mas sobretudo o que me deixa apreensivo é o fato de que estamos beirando uma crise política perigosa demais para a manutenção da nossa frágil democracia.

Este texto é para você, leitor, que como eu não faz parte de nenhuma das duas torcidas organizadas que se digladiam nas ruas e nas redes sociais. Mas se seu vocabulário usual inclui a palavra “coxinha” ou a palavra “petralha”, esse texto não é para você – na verdade, eu e os outros leitores meio que vamos falar mal de você… só um pouco.

1) O PAÍS ESTÁ DIVIDIDO E COM SANGUE NOS OLHOS.

Durante as eleições presidenciais 2015, ficou evidente que há um racha na sociedade brasileira. Depois das eleições, os partidários de Dilma tentaram negar a existência dessa divisão – porque, óbvio, era muito mais interessante ao lado vencedor governar num clima cooperativo. Querer coisas é bom, mas nem todos os truques de retórica e de marketing conseguem maquiar os fatos por muito tempo.

É um princípio básico da psicologia que tudo aquilo que um indivíduo se recusa a reconhecer sobre sua própria natureza e reprime dentro de si acaba retornando na forma de uma neurose incontrolável. O governo, como um indivíduo neurótico, ao não reconhecer o fato de que venceu as eleições por uma margem muito pequena de votos, ignorou a existência da profunda divisão social, desconsiderou o clima de animosidade e ódio recíproco que ele próprio estimulou durante a campanha como tática eleitoral.

E o que vemos hoje é o racha se aprofundando.

O problema é que não se trata apenas de um racha de ordem política, com dois grupos opositores combatendo-se no campo das ideias, dos argumentos, do debate público. Não, o que temos são pessoas se posicionando de um lado e do outro com a passionalidade de uma torcida de futebol: olhando para os adversários com sangue nos olhos, querendo ver sua caveira, querendo pular na sua jugular.

2) NESSA, OU VOCÊ É ESTÁ ILUDIDO OU ESTÁ FODIDO

Deixa eu explicar a situação de uma maneira que possa ser entendida até por uma criança, ainda que com certo sacrifício de certas complexidades e sutilezas. Há, basicamente, três tipos de pessoa nessa história.
Em primeiro lugar nós temos…

…O CARA QUE CHAMA OS OUTROS DE COXINHA.

Esse sujeito pode até não ter votado na Dilma no segundo turno, mas nesse caso com certeza anulou ou votou em branco, pois ele odeia o Aécio, detesta o PSDB, abomina os eleitores da oposição e chama a todos de coxinha. Ele provavelmente participou dos protestos de 2013 e tem na sua cabeça alguma explicação meramente retórica que justifica os atos de vandalismo realizados naquele período.

Para ele, todos os que participaram dos protestos desse último domingo são “coxinhas” manipulados pela mídia golpista – e isso, na sua cabeça, explica tudo, é o suficiente para dar conta de toda a situação. Ele pensa “são coxinhas manipulados pela Globo” e pode dormir descansado, feliz de não ser um deles.

A seguir, temos…

O CARA QUE CHAMA OS OUTROS DE PETRALHAS.

Esse sujeito pode até não ter votado no Aécio no segundo turmo, mas nesse caso com certeza anulou ou votou em branco, pois ele odeia a Dilma, detesta o PT, abomina os eleitores do PT e chama a todos de petralhas. Ele provavelmente participou dos protestos de 2015 e tem na sua cabeça alguma explicação retórica que justifica a presença, nas manifestações, de gente pregando o retorno da ditadura, ainda que ele próprio possa discordar dessa turma de celerados.

Veja como ele se parece:

Bem diferente do outro cara lá em cima né?
Por fim, no meio dessa briga de foice e facão, nós temos…

VOCÊ FODIDO.

Você até pode ter participado das manifestações de 2013 com seus colegas da universidade e olhar com certo desconforto (principalmente pelos cartazes pró ditadura militar) os protestos de 2015. Ou, ao contrário, você pode até ter observado as manifestações de 2013 com sérias ressalvas (principalmente pelos atos de vandalismo) e ter participado dos protestos de 2015 com sua família. Mas você não se identifica na verdade com nenhum dos dois grupos, porque suspeita que nada é tão simples assim, sente que há muito ódio de torcida organizada envolvido nessa história e que chamar os outros de “coxinhas” ou “petralhas” não só não explica coisa nenhuma como apenas aprofunda a incompreensão mútua.

Você, meu amigo, você está fodido. Imagine-se como um sujeito que está voltando para casa após ir na padaria e de repente dobra uma esquina e se vê num cruzamento onde duas torcidas organizadas de futebol estão correndo uma em direção a outra com sarrafos e tijolos nas mãos, urrando de ódio. E você está ali, parado, segurando sua sacola com pães-de-queijo e leite longa vida bem no ponto em que elas vão se encontrar – e ambas as torcidas vão querer saber afinal para qual time você torce.

Não adianta você sequer esboçar uma tentativa de resposta explicando que não é simples assim, que em parte cada um dos lados tem suas razões mas em parte também está errado. Eles querem uma resposta imediata, inclusive por haver uma falácia  segundo a qual se você não se posiciona então você indiretamente está fortalecendo o time adversário – pois imparcialidade também seria um tipo de tendenciosidade.

Moro diz que delator da Lava Jato omitiu informação contra Eduardo Cunha




Da Agência Brasil

Em ofício enviado hoje (17) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o juiz Sergio Moro disse que um dos delatores da Operação Lava Jato omitiu a informação de que teria pago propina ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No documento, Moro explica que homologou o acordo de colaboração de Júlio Camargo porque não tinha conhecimento sobre o suposto envolvimento de Cunha, que só pode ser processado e julgado pelo Supremo.
A manifestação de Moro foi motivada por ações movidas  pelo ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, e o empresário Fernando Antônio Soares, conhecido como Fernando Baiano. Eles tentam suspender a sentença proferida nesta segunda-feira pelo juiz. Além dos acusados, Cunha também pediu que o processo fosse paralisado antes da sentença, por ter sido citado pelo delator.
Segundo o juiz, somente no depoimento prestado no mês passado ele teve conhecimento sobre as suspeitas contra o presidente da Câmara. “Não se pode, ainda, afirmar que o acordo de colaboração celebrado por Júlio Camargo não poderia ter sido homologado por este juízo em outubro de 2014, porque, em 16/07/2015, revelou fato que havia então omitido, de que parte da propina nos contratos dos navios-sondas havia sido destinada ao referido deputado federal [Cunha]”, justificou Moro.
Em julho, Camargo – ex-consultor da empresa Toyo Setal – informou a Moro, responsável pelos inquéritos da Operação Lava Jato na primeira instância, que Eduardo Cunha pediu US$ 5 milhões em propina para que um contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado.
Diante do depoimento, Cunha voltou a negar que tenha recebido propina de Júlio Camargo. Seus advogados também pediram a suspensão do processo, por entenderem que cabe ao Supremo presidir o inquérito, em razão da citação do presidente da Câmara, que tem prerrogativa de foro. Ainda não houve decisão do STF.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Nazismo


Na Alemanha o movimento fascista foi chamado de nazismo.

Após a PrimeiraGrande Guerra, a Alemanha passou por uma crise. Além da derrota, os alemães tiveram que pagar uma dívida de guerra aos ingleses e franceses e a crise de 29 prejudicou ainda mais a situação, levando milhares de alemães ao desemprego e ao desespero. Tudo isso contribuiu para fortalecer ainda mais os movimentos radicais, sobretudo o nazismo.

O sentimento de vingança crescia cada vez mais entre os alemães. O partido nazista, chefiado por Adolf Hitler, ganhava muitos votos. Eles acusavam comunistas, liberais e judeus da desordem e prometiam restaurar o orgulho de ser alemão. Os nazistas diziam que os alemães pertenciam a uma raça superior (ariana).

Em um país que vivia na miséria, os nazistas ofereciam a chance de melhora e a esperança de um país melhor. Formavam grupos de jovens que iam às ruas perseguir seus inimigos. As propagandas enganosas ajudaram Hitler a ser transformado no “Salvador da Alemanha”.

Hitler nasceu na Áustria em abril de 1889 e se alistou no exército alemão aos 25 anos de idade. Em 1919, ingressou no Partido Operário Alemão (grupo de esquerda) do qual foi presidente, mais tarde este partido foi rebatizado com o nome de Partido Operário Nacional-Socialista Alemão.

Em 1921, criou suas próprias forças de ataque – as SA (Sturmabteilung).

O enfraquecimento dos demais partidos políticos e um golpe de estado contribuíram muito para que os nazistas tomassem o poder.

Porém, antes de consegui-lo, Hitler havia tentado um outro golpe de estado em 1923, isso o levou para a prisão, onde escreveu “Mein Kampf” (Minha Luta), obra em que registrou suas idéias a respeito das raças do mundo.

Quando saiu da prisão, reorganizou o partido e criou uma espécie de polícia militar – a SS (Schutzstaffel).

Com todos os problemas que a Alemanha passava (inflação, desemprego), o partido nazista ganhava adeptos e votos devido a uma propaganda política competente.

Em 1923, empresas capitalistas passaram a apoiá-lo financeiramente.

O presidente Hindenburg encarregou o chefe do Partido Nacional Popular de formar o governo, e este pediu apoio aos nazistas. Hitler concordou com uma condição: queria o posto de chanceler(chefia do governo). Cargo que conseguiu em janeiro de 1933.

Dotado de poder, mandou incendiar o edifício do Reichstag (Parlamento) para jogar a culpa nos comunistas, extinguiu os partidos políticos (menos o nazista) e os sindicatos por 3 anos, diminuiu os direitos dos estados em favor do poder central e tomou medidas anti-semitas.

Todos os opositores de Hitler foram assassinados e um desses massacres ficou conhecido como “Noite dos Longos Punhais”, em junho de 1934. Para tanto, utilizou a violência da SS. No mesmo ano, com a morte de Hindenburg, Hitler assumiu a presidência e as Forças Armadas deveriam prestar-lhe juramento de fidelidade.

Muitos opositores (juntamente com comunistas e judeus) foram levados para os campos de concentração.

O partido nazista controlava a população e esse controle era feito pelo Ministro Joseph Goebbels que fiscalizava a imprensa, a literatura, o cinema e o rádio (principal instrumento de comunicação das massas).

Já no final da Segunda Guerra quando as tropas aliadas entraram na capital alemã, Hitler (que estava em seu esconderijo) cometeu suicídio.

Racismo, totalitarismo e nacionalismo foram alguns ideais seguidos pelos nazistas. O nazismo levou milhares de pessoas (judeus, homossexuais, ciganos) à morte. Muitos, inclusive, foram usados em terríveis experiências médicas.

Até hoje, a humanidade lembra, relembra e sofre ao recordar este lamentável episódio da nossa história universal, que ficou conhecido como Holocausto.

Assista abaixo um vídeo sobre o Nazismo:

Brasil × impeachment: O jogo político da “mídia isenta, democrática e apartidária”



“Não basta que todos sejam iguais perante a lei.
É preciso que a lei seja igual perante todos.”
Salvador Allende

Faço parte dos 54 milhões de brasileiros e brasileiras de todas as classes sociais, que confiam na competência e honestidade da presidenta Dilma Rousseff.

No Congresso Nacional, há 513 deputados federais e 81 senadores que recebem salário mensal de R$33,7 mil e, além disso, ajuda de custo, auxílio moradia e verba de gabinete para até 25 funcionários.

Se os políticos que têm interesse no impeachment da presidenta Dilma representassem o povo, proporiam a redução do próprio salário e cortariam os próprios privilégios.

De acordo com o art. 52 da Constituição Federal de 1988, é competência do Senado, dentre outras, processar e julgar o presidente e o vice-presidente da República nos crimes de responsabilidade. Dilma não cometeu nenhum crime de responsabilidade que justifique a proposta de impeachment.

Nos tempos de FHC (1995 a 2002), havia várias suspeitas de corrupção envolvendo o ex-presidente, mas o Congresso não propôs impeachment.

Quanto à Petrobras, em 1996, o jornalista Paulo Francis denunciou a corrupção na estatal durante programa de TV GloboNews, mas FHC não instaurou CPI e o Congresso não propôs impeachment do presidente por omissão.

Em 2000, José Eduardo Andrade Vieira, ex-ministro de FHC e ex-senador, denunciou o uso de caixa 2 na campanha de eleição presidencial de FHC em 1994, mas o Congresso não propôs impeachment do presidente.

Se o Congresso não propôs impeachment para FHC com base em denúncias, não tem moral para propor impeachment para Dilma que combate a corrupção, doa a quem doer.

A partir de 2003, foi intensificado o combate à corrupção por meio de ações da Controladoria Geral da União (CGU), CPIs, operações da Polícia Federal e julgamentos no STF.

Pela primeira vez na história do Brasil, além de políticos, empresários e funcionários de alto escalão foram presos por prática de corrupção.

Entre 2003 e 2014, por meio da Controladoria Geral da União, criada no governo Lula e que continua a atuar no governo Dilma, 5.067 funcionários públicos federais foram punidos, com exoneração do cargo, sendo 3.409 por ato de corrupção.

Nunca se combateu tanto a corrupção no Brasil quanto nos governos do PT e isso incomoda os políticos acostumados com a impunidade que vigorava antes de 2003.

Muitos políticos do Congresso alegam que o problema é a corrupção na Petrobras, mas esse não é o verdadeiro motivo pois os criminosos delatores citaram políticos não apenas do PT, mas também do PSDB, PMDB, PP e PSB.

Por exemplo, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) e todos os políticos do PSDB que votarão a favor do impeachment da Dilma têm seus respectivos partidos citados, pelos delatores, como participantes de esquemas de corrupção na Petrobras.

Então, se votarem a favor do impeachment de Dilma, terão de votar também a favor da cassação do mandato dos políticos do PSDB e PMDB citados pelos criminosos delatores. Somente após o julgamento pelo STF se saberá os nomes dos políticos que lesaram a Petrobras e o valor desviado.

A corrupção no Brasil começou no século 16 e continuou nos séculos seguintes, inclusive na ditadura militar (1964-1985), mas a mídia isenta, democrática e apartidária, principalmente a TV Globo e a Veja, não mostrava.

A corrupção na Petrobras não é o maior escândalo de corrupção na história do Brasil, pois, antes de 2003, houve escândalos maiores que não foram investigados pois não houve CPI.

A verdade que a TV Globo e Veja escondem da população é que os políticos do Congresso que são a favor do impeachment da presidenta Dilma é porque são contra:

– a reforma política com financiamento público transparente, pois, atualmente, as eleições são financiadas por ricos empresários e banqueiros interessados na continuidade do atual sistema político que favorece a corrupção entre empresas e diferentes partidos políticos;

– a reforma tributária, pois seus financiadores – os ricos empresários e banqueiros – querem que continue tudo como está, ou seja, os ricos cada vez mais ricos, os pobres continuarem pobres e a classe média reclamando dos impostos;

– a regulamentação da mídia, pois querem continuar sendo proprietários de emissoras de tevê e rádio, o que contribui para serem eleitos e reeleitos durante décadas.

O povo não quer impeachment, porque sabe que o problema do Brasil não é a presidenta Dilma. O que o povo quer é a solução para seus problemas nas áreas de educação, saúde, habitação e transporte.

Os maiores problemas do Brasil são corrupção política e sonegação fiscal que não se resolverão com impeachment, muito pelo contrário.

O Brasil perde com a corrupção política mas muito mais com a sonegação fiscal. Em 2013, perdeu R$415 bilhões e em 2014, R$500 bilhões com a sonegação de impostos. Os maiores sonegadores são os ricos que não pagam todos os impostos, apesar de terem plenas condições de cumprir seu dever como cidadãos do Brasil.

As vítimas da corrupção política e sonegação fiscal são os pobres e a classe média, que precisam de mais investimentos públicos nas áreas essenciais para terem melhor qualidade de vida.

Quantas creches, escolas, universidades e hospitais poderiam ter sido construídos no último biênio com R$915 bilhões?

A corrupção política e a sonegação fiscal são responsáveis pelos problemas cotidianos enfrentados pelos pobres e classe média nas áreas de educação, saúde, habitação, transporte e segurança.

A reforma política, reforma tributária e regulamentação da mídia são as soluções para os dois grandes problemas do Brasil.

Se os políticos interessados no impeachment amassem nossa bandeira, apoiariam as reformas fundamentais para avançarmos na justiça social, condição para a paz.

Tais políticos são inimigos da pátria, pois, além de defender o impeachment, são contra as reformas propostas pela presidenta Dilma que representam a solução para os maiores problemas do Brasil.

Espero que o Brasil ganhe esse jogo político contra o impeachment para o bem de todos os brasileiros, especialmente dos pobres e da classe média.

Viva o Brasil! Viva a justiça! Viva a democracia! Fica, Dilma

Sobre o Blog

Este é um blog de ideias e notícias. Mas também de literatura, música, humor, boas histórias, bons personagens, boa comida e alguma memória. Este e um canal democrático e apartidário. Não se fundamenta em viés políticos, sejam direcionados para a Esquerda, Centro ou Direita.

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