terça-feira, 3 de novembro de 2015

Ex-dirigente da Mendes Júnior é condenado a 19 anos de prisão

O juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara federal em Curitiba, condenou hoje (3) o ex-vice-presidente da empreiteira Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, a 19 anos e quatro meses da prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Na sentença, Moro também condenou outros dois ex-executivos da empreiteira. 

Na decisão, o juiz condenou os investigados pelo pagamento de R$ 31,4 milhões de propina ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, também condenado, para favorecer a empreiteira em cinco obras da estatal, entre elas a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a Refinaria do Paraná (Repar). Na sentença, Moro também determinou que Mendes restitua o valor à Petrobras.

Sérgio Mendes foi preso em novembro do ano passado na 7ª fase da Operação Lava Jato, e cumpria prisão domiciliar desde abril, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu conceder o benefício a ele e outros executivos de empreiteiras investigadas na operação. Diante do entendimento do Supremo, Moro impôs medidas cautelares a Mendes, como obrigação de recolhimento domiciliar integral, de proibição de deixar o país e de monitoramento por tornozeleira eletrônica.

Em nota, a Mendes Júnior declarou que a "empresa não se pronuncia sobre inquéritos e processos em andamento".

Aplicativo vai monitorar mensagens de ódio e racismo nas redes sociais


Um aplicativo na internet vai monitorar postagens nas redes sociais que reproduzam mensagens de ódio, racismo, intolerância e que promovam a violência. Criado pelo Laboratório de Estudos em Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o instrumento será lançado este mês e permitirá que usuários sejam identificados e denunciados.

De acordo com o professor responsável pelo projeto, Fábio Malini, os direitos humanos são vistos de maneira pejorativa na internet e discursos de ódio tem ganhado fôlego. “É preciso desmantelar esse processo”, defende. Por meio da disponibilização dos dados, ele acredita que é possível criar políticas públicas “que amparem e empoderem as vítimas”.

Encomendado pelo Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, o Monitor de Direitos Humanos, como foi batizado o aplicativo, buscará palavras-chaves em conversas que estimulem violência sexual contra mulheres, racismo e discriminação contra negros, índios, imigrantes, gays, lésbicas, travestis e transexuais. Os dados ficarão disponíveis online.

A blogueira e professora universitária Lola Aronovich relata ser vítima frequente de agressões e até ameaças de morte pela internet, por defender dos direitos das mulheres. Nos fóruns de discussão em que participa, várias mensagens de ódio são postadas.

Para a blogueira, o monitoramento dos ataques, a investigação e a punição dos autores são importantes para frear crimes, que chegam a extrapolar o mundo virtual. "Mensagens nas redes têm estimulado mortes e suicídios no mundo real", disse. “Não podemos mais fingir que não acontece”, acrescentou.

Quem não expõe ideias na rede, não está livre de violência. Para a jovem Maria das Dores Martins dos Reis bastou ser negra e postar uma foto no Facebook ao lado do namorado, que é branco, para ser alvo de discriminação. A foto recebeu dezenas de comentários racistas e foi compartilhada em grupos criados especialmente para agredi-la.

“É como se fosse uma diversão para ele. Só que para quem sofre não é legal. Isso dói e machuca”, revelou, que, mesmo após ter denunciado o caso, não viu agressores condenados.

No último sábado (31), a atriz Taís Araújo foi alvo de mensagens racistas nas redes sociais. A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, por meio de nota, informou hoje (2) que a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) vai instaurar inquérito para apurar o crime. A atriz será ouvida e os autores identificados serão intimados a depor. O racismo é crime no Brasil e, por lei, quem praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional pode ser condenado a reclusão de um a três anos e pagamento de multa.

Saiba onde denunciar crimes cibernéticos:

Site da Safernet: o site recolhe denúncias anônimas relacionadas a crimes de pornografia infantil, racismo, apologia e incitação a crimes contra a vida.
Canal do Cidadão do MPF: o Ministério Público Federal recebe denúncias de diferentes tipos. A pessoa pode optar por manter os seus dados sigilosos ou não. A Procuradoria-Geral da República recomenda aos cidadãos apresentarem o maior número de provas para que o processo possa ter mais agilidade.

Disque 100: o canal recebe denúncias de abuso ou violência sexual. O serviço é coordenado pelo Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. O Disque 100 funciona 24 horas por dia. As ligações são gratuitas e podem ser feitas de qualquer local do Brasil. A denúncia é anônima e as demandas são encaminhadas para as autoridades competentes.

O que devo fazer quando me deparar com um crime cibernético?

1) Guarde todas as provas e indícios possíveis;
2) Tire fotos das denúncias, "print screen" e imprima o material;
3) Registre as denúncias com o maior número de detalhes;
4) Não compartilhe ou replique comentários ofensivos ou que incitem ao crime;
5) Crie uma rede de proteção às crianças vítimas. Não permita que ela fique exposta aos comentários ofensivos nas redes sociais.

Polícia Civil vai ouvir Taís Araújo sobre caso de racismo

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, por meio de nota, informou hoje (2), que o diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), Ronaldo Oliveira, após tomar conhecimento dos comentários sobre racismo que envolveu a atriz Taís Araújo, determinou à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) a instauração de um inquérito para apurar o crime de racismo. A atriz será ouvida e os autores identificados serão intimados para depor.

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Na tarde de ontem (1º) comentários em apoio à atriz Taís Araújo, vítima de racismo no Facebook, ganharam destaque nas redes sociais. A hashtag #somosTodosTaisAraujo ficou entre os trend topics, assuntos mais tuitados em um determinado momento, no Brasil. A atriz agradeceu os internautas em seu perfil no Facebook.

Os ataques racistas aconteceram na noite de sábado. Ontem a atriz divulgou um texto no qual diz que não irá apagar os comentários, tudo será registrado e enviado à polícia. No Facebook, diz que denunciou, junto com outros usuários da rede, os perfis dos agressores.

“Faço questão que todos sintam o mesmo que senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena nesse país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça. Sigo o que sei fazer de melhor: trabalhar. Se a minha imagem ou a imagem da minha família te incomoda, o problema é exclusivamente seu!”, escreveu a atriz no texto, dirigindo-se aos autores das postagens racistas.

Taís Araújo acrescentou que, por coincidência, no momento das postagens racistas foram feitas, ela estava encenando “O Topo da Montanha”, um texto sobre Martin Luther King  que trata de afeto, tolerância e igualdade. “Quero que esse episódio sirva de exemplo: sempre que você encontrar qualquer forma de discriminação, denuncie. Não se cale, mostre que você não tem vergonha de ser o que é e continue incomodando os covardes. Só assim vamos construir um Brasil mais civilizado”.

Ao longo do dia, Taís Araújo recebeu mais de 40 mil comentários de apoio. Muitos internautas trocaram as fotos do perfil por fotos da atriz.

O racismo é crime no Brasil e, por lei, quem praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional pode ser condenado a reclusão de um a três anos e além de pagar multa.

Denúncias de racismo podem ser feitas pelo 156, opção 7, ou em telefones específicos definidos em cada localidade. No Rio de Janeiro, a delegacia responsável é a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.

Lava Jato: ex-deputado federal Pedro Corrêa é condenado a 20 anos de prisão em regime fechado


Pedro Corrêa e outros foram denunciados em maio pelo MPF em maio

03/11/2015 - com informações do site oficial do MPF
O ex-deputado Federal e ex-presidente do Partido Progressista (PP), Pedro Corrêa, que já havia sido cassado em 2006 por seu envolvimento no escândalo do Mensalão, foi condenado hoje a 20 anos e 7 meses de prisão em regime fechado por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em ação penal que tramita perante a 13ª Vara Federal de Curitiba.

Além do ex-parlamentar, foram condenados seu assessor Ivan Vernon Gomes Torres Jr e Rafael Ângulo Lopez, funcionário de Alberto Youssef, pelas respectivas atuações no processo de lavagem do dinheiro sujo destinado a Pedro Corrêa. Como Lopez firmou acordo de colaboração premiada com o MPF, o cumprimento de sua pena se dará no assim denominado “regime aberto diferenciado”.

A denúncia foi proposta em maio deste ano. Na ocasião, também foram propostas outras acusações contra agentes políticos. 

De acordo com a sentença, Pedro Corrêa foi um dos políticos do PP que intercederam pela nomeação e pela manutenção de Paulo Roberto Costa no cargo de diretor de abastecimento da Petrobras a fim de que este conduzisse esquema de corrupção na estatal em benefício de integrantes do partido. O juízo reconheceu que a prática do crime corrupção envolveu o recebimento, por Pedro Corrêa, de repasses mensais de propina, entre 2006 e 2012, que totalizaram pelo menos R$ 11,7 milhões.

Lava Jato - Acompanhe todas as informações oficiais do MPF sobre a Operação Lava Jato no site www.lavajato.mpf.mp.br. As medidas contra a corrupção sugeridas pelo MPF estão disponíveis em www.10medidas.mpf.mp.br.


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Secretários de educação defendem conteúdo obrigatório mínimo para o ensino médio


Os secretários estaduais de educação querem o fim da divisão dos conteúdos por disciplinas no ensino médio e tempo para uma formação diversificada. A intenção é  dividir os conteúdos obrigatórios em grande áreas de conhecimento e  que ocupem de 50% a 75% do ensino médio. No restante do tempo, o estudante poderá escolher uma formação voltada apenas para uma dessas áreas de acordo com o próprio interesse.

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A proposta deverá constar no Projeto de Lei 6.840/2013, em tramitação na Câmara dos Deputados. O PL institui o tempo integral, ou seja, sete horas diárias no ensino médio. Neste final de semana, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) reuniu-se em Manaus para definir um posicionamento em relação ao texto que está proposto.

Os secretários definiram que o ensino obrigatório deve ser norteado pela Base Nacional Comum Curricular, que está em consulta pública. A Base para o ensino médio deve ser o mais objetiva possível e deverá definir o que todo estudante deve aprender na escola. A proposta da Base disponível já prevê a divisão dos conteúdos em áreas do conhecimento - linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas - modelo usado também na divisão das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os secretários propõe a inclusão de um quinto eixo de formação: técnica e profissional.

"Não é dizer que vamos acabar com geografia ou história, não é isso. A base vai trazer os conteúdos que todos os alunos devem ter acesso, mas eu posso organizar o meu sistema desde que garanta que o conteúdo esteja ali", explica a secretária de Educação e da Qualidade de Ensino do Estado do Amazonas, vice-presidente do Consed e coordenadora do Eixo-Reformulação do Ensino Médio, Rossieli da Silva.

Após cursar o conteúdo básico, que não deverá ocupar mais do que 75% do tempo do aluno no ensino médio, o próprio estudante poderá decidir a ênfase que quer dar para a formação. As ênfases serão as mesmas dos eixos. O aluno poderá ainda receber uma capacitação profissional e formação técnica, de acordo com a capacidade de oferta de cada rede.

Para acabar com a divisão por disciplinas, será preciso revogar a Lei 11.684/2008, que obriga o ensino de filosofia e sociologia como disciplinas no ensino médio. Caso aprovado, o PL também acabaria com a possibilidade de disciplinas serem inseridas no currículo por meio de outras leis.

Inglês obrigatório
Ponto polêmico nas discussões do final de semana foi a defesa pela obrigatoriedade do ensino de inglês. Ao final, os secretários concordaram que o ensino da língua estrangeira deve ser obrigatório no ensino médio. "Sem o inglês, os nossos jovens não têm nenhuma possibilidade na vida. Pode haver outras línguas, mas o inglês é o mínimo", defendeu diretora executiva da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), Maria Helena Guimarães, convidada como observadora.

Entre os empecilhos que foram colocados está a falta de professores e os diferentes contextos do país. No Amapá, por exemplo, a secretária de Estado da Educação, Conceição Medeiros, disse à Agência Brasil que 90% das escolas têm aulas de francês, justificada pela proximidade com a Guiana Francesa. O inglês chega a 50% dos centros de ensino.

Opinião importante foi dada por Ismael Ribeiro, estudante que trabalhava de garçom no local. Ele conversou com os secretários e recebeu o microfone na reunião. "Vocês são as pessoas que estão escolhendo o futuro dos nossos filhos. A maioria das empresas não é gerenciada por brasileiros, como vou tratar com um gerente se não falamos a mesma língua? Como vou mandar meu filho estudar fora se ele não fala inglês? E não posso ir junto, porque não falo", disse, e criticou, "E se for esse inglês que está hoje na sala de aula, pode tirar, porque ninguém sai falando nada".

Mudanças no Enem
Para os secretários, o Enem tornou-se o currículo do ensino médio. Os alunos hoje recebem formação para a prova. A ideia é que, com as mudanças que serão trazidas pela Base, as provas também deverão ser adequadas. Uma das propostas debatidas é fazer vários Exames Nacionais do Ensino Médio (Enem), um para o conteúdo básico e outros para as demais ênfases de formação. A questão, no entanto, não foi consenso entre os participantes da reunião, que decidiram consultar especialistas antes de definir um posicionamento.

Tramitação do PL
A intenção é que o PL seja votado pelo plenário da Câmara até o final do ano, segundo o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), presidente da Comissão Especial destinada a promover estudos e proposições para a reformulação do ensino médio, que estava presente na reunião.

O substitutivo foi aprovado em dezembro de 2014, desde então, Lopes diz que aguarda o posicionamento dos setores que foram o ensino médio. "O Consed concentra a maior parte das matriculas, são eles que operam o ensino médio, mas temos ainda que ter o posicionamento de outras entidades e do ensino superior, das universidades que formam os professores, porque vamos mexer nas licenciaturas, para que sejam também em áreas do conhecimento", diz.

Da Agência Brasil

Atriz Taís Araújo é vítima de racismo e recebe apoio pelas redes sociais


Na tarde de hoje (1º) comentários em apoio à atriz Taís Araújo, vítima de racismo no Facebook, ganharam destaque nas redes sociais.

A hashtag #somosTodosTaisAraujo ficou entre os trend topics, assuntos mais tuitados em um determinado momento, no Brasil. A atriz agradeceu os internautas nesta noite em seu perfil no Facebook.

Os ataques racistas aconteceram na noite de sábado. Hoje a atriz divulgou um texto no qual diz que não irá apagar os comentários, tudo será registrado e enviado à polícia. No Facebook, diz que denunciou, junto com outros usuários da rede, os perfis dos agressores.

“Faço questão que todos sintam o mesmo que senti: a vergonha de ainda ter gente covarde e pequena nesse país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça. Sigo o que sei fazer de melhor: trabalhar. Se a minha imagem ou a imagem da minha família te incomoda, o problema é exclusivamente seu!”, escreveu a atriz no texto, dirigindo-se aos autores das postagens racistas.

Taís Araújo acrescentou que, por coincidência, no momento das postagens racistas foram feitas, ela estava encenando “O Topo da Montanha”, um texto sobre Martin Luther King  que trata de afeto, tolerância e igualdade. “Quero que esse episódio sirva de exemplo: sempre que você encontrar qualquer forma de discriminação, denuncie. Não se cale, mostre que você não tem vergonha de ser o que é e continue incomodando os covardes. Só assim vamos construir um Brasil mais civilizado”.

Ao longo do dia, Taís Araújo recebeu mais de 40 mil comentários de apoio. Muitos internautas trocaram as fotos do perfil por fotos da atriz.

O racismo é crime no Brasil e, por lei, quem praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional pode ser condenado a reclusão de um a três anos e além de pagar multa.

Denúncias de racismo podem ser feitas pelo 156, opção 7, ou em telefones específicos definidos em cada localidade. No Rio de Janeiro, a delegacia responsável é a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.

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