Por Wesley
Sousa
De
onde veio essa ideia da “doutrinação marxista”? Ao que parece, essa picuinha
começou em 2007 quando o Ali Kamel, um dos diretores executivos da Globo
começou a encher o saco por causa dos livros Nova Historia Crítica do Mario
Schmit, acusando de fazer propaganda comunista, mas também, pode ser advinda do
pseudo-pensador, astrólogo e diarreico mental Olavo de Carvalho, conhecido por
suas posições “de direita”, normalmente vinculadas à cultura “letrada” ao qual
forma-se uma legião de zumbis com repulsa ao “fantasma vermelho” – comunismo.
O
que Olavo se esqueceu de dizer é que a educação é, e sempre foi, um ato
político. Não foram os “esquerdistas”, ou Paulo Freire, que inventaram isso. Ensinar
é um ato político, a despeito de se ter ou não consciência disso. Não apenas os
conteúdos que ensinamos, mas forma pela qual o fazemos.
Acho
que as pessoas têm todo o direito de não gostar de Marx ou de Paulo Freire, e
de fato há um forte vínculo entre os dois. Mas o legado de Freire vai muito
além do marxismo. Aliás, reduzi-lo a ideias comunistas ou doutrinantes é um
delírio de quem vê inimigos vermelhos por toda parte. Paulo Freire é uma das
grandes referências (se não a maior) da educação brasileira no exterior.
Deixo
aqui algumas frases de Paulo Freire para salientar que, de “doutrinação
marxista”, a educação libertadora posposta por ele não é, nem longe, uma
espécie de rédeas psicológicas ou limitações ideológicas:
“Educação
não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo.”
“Quando
a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”.
Via Trincheiras