A
Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos e Tuberculosos (DAHW –Deutsche
Lepra – und Tuberkulosehilfe) é uma organização não- governamental fundada
em 1957 na cidade alemã de Würzburg. Com recursos provenientes de doadores
físicos e privados de toda Alemanha, a DAHW construiu ao longo de décadas
uma sólida reputação de credibilidade e eficiência reconhecida
mundialmente pela forma com que reconhece o ser humano paciente de
hanseníase em sua totalidade
Atualmente
a organização registra atividades em 20 países além do Brasil. A rede
de colaboradores voluntários formada na Alemanha ao longo de diferentes
gerações entorno da causa da Hanseníase é o maior patrimônio da
organização. Anualmente são realizadas as mais diversas atividades
envolvendo escolas, associações comunitárias, instituições religiosas,
poder público e especialmente o voluntariado. Ao longo desses quase 60
anos, a DAHW contribuiu para o combate à hanseníase no mundo todo.
No
Brasil a DAHW está presente atualmente em 4 estados da federação: Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Maranhão. Em nosso país, a DAHW tem
quase 40 anos de atuação. Quando chegou por aqui ainda encontrou o cenário
triste do isolamento compulsório dos pacientes de hanseníase. Enquanto
organização respaldada internacionalmente, contribuiu para a transformação
dessa realidade, e para a reintegração dos hansenianos brasileiros à
sociedade com o fim da necessidade do isolamento compulsório.
Ao
longo de todo esse tempo angariou muitos parceiros: na esfera pública,
religiosa, social, política, mas sobretudo na esfera individual: com seres
humanos. Durante a maior parte desse período as ações da DAHW no Brasil se
concentraram no escritório de Cuiabá, representado por Manfred Robert
Gobel. Um dos primeiros estados brasileiros apoiados com recursos da DAHW
foi o Amazonas. A realidade da região amazônica desperta o interesse
de todo planeta já há muito tempo. No final da década de 1970 a DAHW
institucionalizou um apoio sistemático ao combate à hanseníase no estado
do Amazonas através da parceria formada com uma instituição religiosa: as
Irmãs. Irmã Ângela, espanhola mas que já vivia no Brasil envolvida com
causas sociais especialmente vinculadas à saúde desde a década de 1960,
foi a principal interlocutora para a implementação da atuação da DAHW
no Amazonas. Durante muito tempo essa parceria foi responsável por uma
fundamental contribuição para o combate à hanseníase nesse estado de condições
geográficas, culturais, políticas e sociais tão singulares. Já nessa época
contou-se com o apoio institucional da Fundação Alfredo da Mata, órgão do
Estado do Amazonas, sempre presente nas questões científicas e técnicas
envolvendo a hanseníase e demais doenças tropicais e dermatológicas.
Esse
auxílio, no entanto, se dava com um caráter notadamente assistencialista, já
que não contávamos na época com a mesma efetividade e a mesma presença das
políticas públicas em saúde que observamos nos dias de hoje. Com o objetivo
de formalizar e adequar essa atuação aos parâmetros legais vigentes em
nosso país, foi fundada oficialmente em 1992 a Fundação para o Controle da
Hanseníase no Amazonas (FUNDHANS), capitaneada por profissionais da
Fundação Alfredo da Mata sob a tutela de Irmã Ângela.
A
FUNDHANS, assim, sempre foi uma parceira e colaboradora das ações da DAHW
no Amazonas. A instituição goza de singular credibilidade por parte de
gestores públicos, população e setores técnicos envolvidos na questão da
hanseníase. Contando sempre com o respaldo institucional da Fundação
Alfredo da Mata, que em 2015 completou 60 anos de história, a FUNDHANS
consolida-se como uma organização de vanguarda no combate à hanseníase não
apenas na região do Amazonas mas em todo país. No ano de 2016 essa parceria
ganhou novas conotações. Desde então a FUNDHANS assumiu a gestão dos
projetos da DAHW no Brasil, passando a ser o escritório da instituição no
país. Manfred Gobel continua como representante da DAHW no Brasil, atuando
individualmente em Cuiabá. Reinaldo Bechler foi contratado para assumir a
gestão dos projetos da DAHW junto com a FUNDHANS e para preparar o terreno
para a nova fase da instituição no país, agora na condição de
uma organização genuinamente brasileira.
Continuamos,
assim, e agora em conjunto, a busca de um sonho: um mundo livre
da hanseníase. De suas mazelas físicas mas também das sociais. Nessas
décadas de história e de luta, DAHW e FUNDHANS construíram uma trajetória
de credibilidade e seriedade, que agora toma novas formas. Especialmente
porque passa a contar como nunca com o engajamento de brasileiras e
brasileiros em todos os níveis que, assim como nós, acreditam nesse sonho. Junte-se
a nós, construa conosco esse sonho!
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Dag Vulpi