Os
ministros Marco Aurélio e Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF),
afirmaram hoje (3) que as investigações da Operação Lava Jato de nenhuma forma
estão ameaçadas após a libertação do ex-minisstro José Dirceu.
L
eia também:
“Embora
tenha ficado vencido na decisão de ontem, pois eu acompanhava o ministro Edson
Fachin negando o habeas corpus, entendo que, de modo algum, a Operação
Lava Jato está comprometida. Pelo contrário”, disse Celso de Mello, ministro
mais antigo do STF, antes da sessão plenária desta quarta-feira.
Celso
de Mello foi um dos votos vencidos no julgamento da Segunda Turma, realizado na
tarde de ontem (2) que, com placar 3 a 2, revogou a ordem de prisão do
ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. O ex-ministro foi libertado hoje
(3), após a determinação de medidas cautelares alternativas pelo juiz Sérgio
Moro, como o uso de tornozeleira eletrônica.
“O
importante é que a Operação Lava Jato, uma vez respeitados as garantias da
Constituição e o que as leis da República estabelecem, aprofunde, cada vez
mais, a investigação acerca dos fatos delituosos que estão estarrecendo o
país”, afirmou o decano. “Não vejo motivo algum para qualquer tipo de receio. A
Lava Jato se tornou uma verdade irreversível.”
Após
o julgamento, o procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena a
força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, criticou a decisão do Supremo. Para
Dallagnol, o posicionamento dos ministros do STF trará consequências diretas
para a investigação.
O
ministro Marco Aurélio Mello, que integra a Primeira Turma e, portanto, não
participou da decisão sobre a liberdade de Dirceu, refutou os riscos para a
investigação. “Não tem qualquer ameaça à Lava Jato. A sociedade fique
tranquila.
As
investigações e os processos estão em curso”, afirmou. “Nós não temos qualquer
prejuízo, com o julgamento de ontem, considerável à Lava Jato.”
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