Por Ricardo
Lima, no Trincheiras
O
Planalto, acossado por denúncias de corrupção e por um processo de impedimento,
se torna impotente para implementar as medidas necessárias para reaquecer a
reprodução de capital; este, por sua vez, como precisa de segurança jurídica e
paz social para se reproduzir, sai do país em busca de lugares onde estas
condições são mais atrativas. É um ciclo vicioso que se retroalimenta.
Quem
paga por tudo isso são os trabalhadores, com o aumento da taxa de desemprego, o
rebaixamento dos salários (apesar do aumento risível do salário-mínimo), a
retirada de direitos trabalhistas historicamente conquistados e uma maior
precarização das condições de trabalho.
Corrupção
vindo a tona, perda de controle da base aliada, fim da paz social e estagnação
econômica sãos os ingredientes perfeitos para a decadência deste período
histórico chamado Nova República…
Neste
cenário, onde há crises por todos os lados e onde aquilo que os homens
consideravam sólido, o crescimento econômico brasileiro, se esvai, então eles
se apegam à utopia, na busca pela saída da crise num modelo de sociedade que se
encontra distante no tempo; ou à nostalgia, sendo o retrocesso ao passado como
forma de escapar a realidade presente, tão cinzenta e sem perspectiva.
A
esquerda encontra-se em desvantagem em relação às narrativas de direita.
Primeiro, porque é muito mais fácil para os homens apegarem-se a algo que eles
já conhecem — por isso é tão difícil pensar além dos limites imposto pelo tempo
histórico. Segundo, porque a esquerda hoje está desacreditada, pela incapacidade
proposital de um governo que se recusou realizar as reformas estruturais
defendidas historicamente pelo Partido dos Trabalhadores, se afastando dos
movimentos sociais e se tornado cada vez mais burocrático, onde a manutenção da
governabilidade sufoca a dimensão ideológica. E terceiro, porque governos na
América Latina, que se auto declaram de esquerda, como o caso de Venezuela, tem
entrado numa aguda crise econômica.
Dentro
de um quadro de crise e perdendo terreno para narrativas e discursos de caráter
conservador, fica a pergunta: Quais seriam os deveres para os grupos de
esquerda se tornarem uma força relevante e, mesmo que não conquistem o poder,
ao menos influenciem o direcionamento social do Brasil contemporâneo?
É
necessário que a esquerda se imponha como uma alternativa independente,
radicalizado o seu projeto histórico. O capitalismo global deve ser mostrado ao
trabalhador como um sistema sempre sujeito a crises e criador de mais e mais
desigualdades. Diante disso, um novo projeto de sociedade, baseado no
gerenciamento democrático dos meios de produção e dos frutos do trabalho deve
ser mostrado como uma alternativa possível ao sistema das crises cíclicas. Por
isso, mostrar aos trabalhadores que é possível ter um emprego com um salário justo
com a alternativa socialista e o principal objetivo que deve mirar a esquerda:
a luta pelo fim da exploração do homem pelo homem.
A
esquerda também precisa romper com o sistema politico vigente, isto é, deve ter
em mente que os atores e o campo politico como estão organizados não contemplam
os trabalhadores, só contemplam os beneficiários do capitalismo global. Isso
não significa que as forças progressistas devem esquecer a politica
tradicional, elas devem ser usadas em prol dos trabalhadores, mas devem ter em
mente de que ela é fruto de um modelo de sociedade que deve ser superado. As
estruturas do estado podem ser usadas, mas sempre tendo em vista o ponto final
e principal para a luta da verdadeira esquerda: a superação da sociedade atual
e do modo de produção capitalista.
Uma
esquerda genuína é aquela que percebe é a luta de classes o motor da história,
sendo ela a base principal onde se forjam todas as desigualdades da sociedade
moderna.
Cabe
à esquerda, como a verdadeira vanguarda da transformação social, se impor no
dever de radicalizar a democracia e tornar real o lema da liberdade, igualdade
e fraternidade.
A
crise da Nova República pode ser uma alternativa para os campos progressistas,
mesmo em desvantagem, para realizar uma autocritica, refazer suas estratégias
na luta pela hegemonia, estudar com mais afinco a dinâmica do capital e formas
de implementação da democracia participativa, e se preparar para ganhar a
consciência dos trabalhadores num futuro próximo ou, quem sabe distante.
falar oque dessa shr.
ResponderExcluiruma pessoa que critica um Policial,em auto defesa matar 3 bandidos !