Mariana
Jungmann da Agência Brasil
O
advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, encaminhou na noite de hoje (22) o
ofício em resposta aos questionamentos da Organização dos Estados Americanos
(OEA) a respeito do processo de impeachment da presidenta afastada
Dilma Rousseff, cujo julgamento começa na próxima quinta-feira (25).
O documento é
uma resposta ao pedido de informações feito pela OEA ao Senado após ser
provocada por parlamentares do PT sob a alegação de que o processo em curso no
Brasil é um golpe institucional.
Na resposta à
OEA, Cascais relata passo a passo todos os procedimentos adotados no processo
desde que o Senado recebeu o processo depois que a Câmara aprovou a
admissibilidade das denúncias contra Dilma.
O documento dá
detalhes sobre a formação da comissão especial que cuidou da instrução
processual, a legislação observada e o rito foi obedecido, conforme orientação
do Supremo Tribunal Federal.
Cascais
destaca que, após a autorização do Senado para que a presidenta fosse
processada – ato que a afastou da Presidência e deu início à fase de instrução
e coleta de provas –, Dilma foi comunicada oficialmente e a presidência do
processo passou a ser exercida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal,
ministro Ricardo Lewandowski.
Nesta segunda
fase, segundo o advogado-geral do Senado, “as normas constitucionais também foram
rigorosamente observadas, admitindo-se questões de ordem e recursos ao
presidente do STF”. Cascais ressalta que todos os passos do processo estão
disponíveis no sítio eletrônico do Senado Federal para consulta pública.
Processo
constitucional
Após informar
a OEA sobre os trabalhos da Comissão Processante do Impeachment dia a dia,
relatando a fase de oitiva de testemunhas, realização de perícia e juntada de
documentos solicitados pelas partes, inclusive pela defesa da presidenta, o
advogado-geral conclui que o processo observou todas as normas legais em
vigência no país.
“Foram
observados os preceitos constitucionais, legais e regimentais que norteiam o
processo de impedimento, não havendo que se falar em qualquer ilegalidade ou
inconstitucionalidade nos atos praticados pelo Senado Federal, no uso de sua
competência assegurada pela Constituição da República Federativa do Brasil de
1988, por intermédio dos senadores regularmente eleitos pelo povo”, conclui o
relatório.
Além de
Cascais, o texto também é assinado pelo diretor do Núcleo de Assessoramento e
Estudos Técnicos do Senado, Fernando Cesar Cunha, e direcionado, sob ordem do
presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao secretário executivo da
Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, Mario López Garelli.
Mais cedo, o
presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), também encaminhou ofício semelhante à OEA, por intermédio
do Itamaraty, com relato sobre toda a fase de admissibilidade da denúncia na
Câmara.
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