O
juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, divulgou
ontem (18) o relatório final sobre a fase Triplo X da Operação Lava Jato, que
investigava a reforma em um apartamento no Guarujá, no litoral paulista,
atribuído à família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram
indiciadas sete pessoas, entre elas, a verdadeira dona do imóvel e funcionários
da Mossack Fonseca, descrita no relatório como 'organização criminosa de
caráter transnacional', que teria usado o imóvel para cometer crime de lavagem
de dinheiro. “Ainda não é dessa vez que
os golpistas, os corruptos e os conservadores vão conseguir se livrar do melhor
presidente que o Brasil já teve.” A observação é do deputado federal Paulo
Teixeira (PT-SP) em sua página no Facebook.
A
Polícia Federal entregou no último dia 12 o relatório à Justiça Federal
sobre a fase Triplo X, deflagrada em 27 de janeiro passado. Moro indiciou
a publicitária Nelci Warken, que reconheceu ser a proprietária do tríplex. Durante
meses, o ex-presidente Lula foi associado pela imprensa a uma operação
supostamente ilegal relativa ao imóvel.
A
deputada Maria do Rosário (PT-RS) ironizou, pelo Twitter: "E o tríplex? Não é do Lula? Os que perseguem
Lula farão nova sentença: Lula é culpado de existir! Não aceitamos que tenha
nascido e sobrevivido", escreveu.
Além
de Nelci, são indiciados Maria Mercedes Riaño (chefe do escritório da Mossack
Fonseca no Brasil), Luis Fernando Hernandez, Rodrigo Andrés Cuesta Hernandez,
Ricardo Honório Neto e Renata Pereira Britto. Todos trabalhavam para a empresa
no Brasil. O empresário Ademir Auada, considerado pelo relatório intermediador
da empresa, também foi indiciado.
Em
abril, foi divulgado o vazamento que ficou conhecido como "Panama Papers", com mais de 11
milhões de documentos de 200 mil offshores, investigação jornalística
mundial que apura documentos da Mossack Fonseca, empresa panamenha
dedicada à abertura de offshores em paraísos fiscais e lavagem de
dinheiro.
Segundo reportagem
do jornal El País na época, "aparecem entre os envolvidos nos chamados 'papéis do Panamá' os nomes
do (então) presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do
usineiro e ex-deputado federal João Lyra (PTB-AL) e do ex-ministro de Minas e
Energia Edison Lobão (PMDB-MA)".
No
relatório, o nome Lula é citado apenas três vezes. "Duas, em depoimentos de gente que 'ouviu
dizer' que ele teria um tríplex.
A terceira, no sobrenome de Marisa Letícia, cujo termo de desistência da compra
do apartamento é anexado ao inquérito", observou o jornalista Fernando
Brito no blog Tijolaço.
Leia
a íntegra do relatório da Policia Federal, divulgado pelo jornalista Fernando
Rodrigues, da Folha de S. Paulo: Relatório
final.
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