Parecer do deputado Arthur Lira (PP-AL) em resposta a uma consulta 
feita à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados
 pode alterar o destino do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha 
(PMDB-RJ), que enfrenta processo de perda de mandato no Conselho de 
Ética por quebra de decoro parlamentar.
Designado relator de uma 
consulta do presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), sobre o
 rito de cassação de parlamentares, Lira apresentou parecer em que 
defende a apresentação ao plenário de um projeto de resolução, e não do 
relatório elaborado pelo Conselho de Ética com o resultado da votação no
 colegiado pedindo a cassação de Cunha.
Embora não esteja 
especificado que se trata de uma consulta sobre a tramitação do processo
 de Cunha, a ação se dá na reta final da apreciação da representação 
contra ele no Conselho de Ética da Câmara.
A resposta de Lira 
ocorre praticamente na véspera da votação do parecer do deputado Marcos 
Rogério (DEM-RO) no Conselho de Ética e é vista por integrantes do 
colegiado como mais uma manobra de Cunha para atrapalhar o andamento do 
processo.
Em seu parecer, Rogério pediu a cassação do mandato de 
Cunha por quebra de decoro parlamentar. Para o relator, Cunha mentiu à 
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, quando negou a 
existência de contas no exterior em seu nome.
No texto da consulta encaminhado à CCJ, além de questionar se o texto
 que será levado ao plenário será o parecer do relator ou um projeto de 
resolução sobre a decisão do colegiado, Maranhão também perguntou se, no
 caso da votação de projeto de resolução, serão admitidas emendas ao 
texto no plenário e se elas podem “ser prejudiciais ao representado”.
Em
 sua resposta, Lira, ex-presidente da comissão e aliado de Cunha, 
defendeu que seja levado à votação no plenário um projeto de resolução, 
disse que o texto poderá ser emendado pelos parlamentares, mas que as 
emendas não poderão prejudicar o representado, sob pena de “de violação 
da ampla defesa prevista no § 2º do artigo 55 da Constituição”.
Arquivamento
 
Além
 disso, Maranhão também perguntou à CCJ se o projeto for rejeitado na 
votação em plenário, qual será o procedimento seguinte: se a votação do texto da representação originalmente apresentada ao Conselho de Ética 
contra o parlamentar ou o arquivamento da representação.
Lira 
respondeu que, caso o projeto seja rejeitado, ele deverá ser arquivado, 
com a  “consequente absolvição do parlamentar processado.”
Por 
essa interpretação, Cunha poderia evitar a cassação e receberia apenas 
uma pena mais branda, como censura ou suspensão. Atualmente, mesmo que o
 colegiado determine uma punição mais branda do que a perda do mandato, o
 plenário da Câmara é obrigado a analisar o pedido que originou o 
processo no Conselho.
No caso de Cunha, a representação 
encaminhada pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade pede a perda de 
mandato. O parecer apresentado por Arthur Lira ainda será submetido à 
votação no plenário da CCJ na sessão desta terça-feira (7).
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