Um pedido de
vista adiou a decisão sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 412/09
que, se aprovada pelo Congresso, dará autonomia funcional, administrativa e
financeira à Polícia Federal. A matéria, defendida por delegados, divide a categoria
já que outros servidores consideram uma demanda classista que não abrange todos
os cargos. O impasse ocorreu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da
Câmara, onde o texto aguarda a votação. Já há urgência aprovada para que a PEC
siga para o plenário, mas um requerimento da comissão abriu um prazo maior para
que a CCJ tente discutir o assunto antes.
Relator da
matéria, o deputado João Campos (PSDB-GO), que defende a proposta, disse que a
autonomia não é absoluta e explicou que a PF continuaria submetida ao controle
do Ministério da Justiça. “Não se está propondo independência funcional
absoluta, visto que se dará nos limites de posterior lei complementar”, disse.
Campos afirmou que a PEC garante à Polícia Federal a condição de órgão de
Estado e não mais de governo.
“Agentes
políticos não interferiram na Polícia Federal para interromper a Operação Lava
Jato em virtude da criteriosa vigilância da sociedade e da imprensa”, destacou
Campos, citando um exemplo. O relator ainda lembrou que a mesma autonomia foi
garantida à Defensoria Pública da União, com a PEC 80/14, e à Advocacia
Pública, na PEC 82/07.
O deputado
José Carlos Aleluia (DEM-BA) pediu que o assunto seja mais debatido e solicitou
audiências públicas para discutir a proposta com especialistas. O democrata
alertou que a PEC é “perigosamente simples e ampla” e a admissão da PF como
poder tornaria o Estado policial.
“Já fizemos
uma asneira criando Defensoria como órgão independente. Quando ganhou a
autonomia a primeira decisão da Defensoria foi criar um auxílio-moradia, que
acabou sendo barrado”, afirmou Aleluia.
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