O Supremo
Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (2) manter em tramitação na Corte o
inquérito em que a ex-deputada federal e atual prefeita de Rio Bonito (RJ),
Solange Almeida, é acusada de corrupção. Ela foi denunciada pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) na mesmo investigação em que o presidente
da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), é acusado de receber US$ 5
milhões em contratos de dois navios-sonda da Petrobras. Nesta tarde, o Supremo
julga pedido de abertura de ação penal contra Cunha e Solange.
A questão do
desmembramento foi suscitada pelo voto divergente do ministro Marco Aurélio.
Para o ministro, a ex-deputada não poderia ser investigada pela Corte por não
ter foro privilegiado. De acordo com o ministro Teori Zavascki, relator da
denúncia, a investigação contra Solange Almeida segue no Supremo porque os
fatos estão interligados com a conduta de Eduardo Cunha.
Segundo o
Ministério Público Federal, o parlamentar recebeu US$ 5 milhões para viabilizar
a contratação de dois navios-sonda do estaleiro Samsung Heavy Industries, em
2006 e 2007. O negócio teria sido feito sem licitação e com a intermediação do
empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e o ex-diretor da
Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró.
O caso foi
descoberto a partir do acordo de delação premiada firmado por Júlio Camargo,
ex-consultor da empresa Toyo Setal e um dos delatores do esquema de desvios na
Petrobrás. Ele também teria participado do negócio e recebido US$ 40,3 milhões
da Samsung Heavy Industries para efetivar a contratação, segundo a denúncia.
De acordo com
o Ministério Público Federal, Solange Almeida, em 2011, quando era
deputada federal, atuou em favor de Cunha e apresentou requerimentos à Comissão
de Fiscalização e Controle da Câmara para pressionar Camargo, que parou de
pagar as parcelas da propina. De acordo com Janot, não há dúvida de que Cunha
foi o verdadeiro autor dos requerimentos.
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