A proposta de
uma reforma da Previdência pelo governo é inconveniente no atual momento de
polarização política do país, disse o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) em
entrevista ontem (8) ao programa Espaço Público, da TV Brasil.
Para o
senador, a presidenta Dilma Rousseff estaria dando “um tiro no pé” ao pressionar
uma agenda de reforma da Previdência no momento em que necessita consolidar o
apoio a seu mandato com centrais sindicais e movimentos sociais, principal
grupo de defesa nas ruas contra o processo de impeachment.
“Tem que fazer
a reforma. Mas, então, eu pergunto: é este o momento?”, questionou Lindbergh.
“Acho que só tem um caminho: é a reaproximação de Dilma com seu programa, o
programa pelo qual ela foi eleita.”
Movimentos
sindicais, liderados por entidades como a Central Única dos Trabalhadores
(CUT), são um dos principais grupos que têm organizado manifestações contra o
pedido de impeachment de Dilma, em análise no Congresso Nacional. Uma nova
manifestação das centrais em defesa do mandato da presidenta está marcada para
o dia 18 de março, uma semana após protestos agendados por grupos que pretendem
ir às ruas em 13 de março para se manifestarem a favor do impedimento da
presidenta.
Para as
centrais sindicais, a reforma significará a perda de direitos previdenciários.
“Como é que elas [centrais sindicais] vão defender a Dilma?”, perguntou o
senador. “Esse é o nosso maior esforço agora, dizer: olha, segura um pouco”,
acrescentou.
Há um esforço
de lideranças do PT de convencer a presidenta a modificar a política econômica,
em prol de maiores investimentos do governo com o objetivo de recuperar a
economia e garantir a manutenção de empregos, disse o senador.
“Acho que
Dilma vai ter juízo de que terá que estar junto às bases dela para fazer a
economia crescer, recuperar empregos, temos que ter medidas de estímulo à
economia”, afirmou Lindbergh. “O governo só não muda se estiver completamente
cego”, completou.
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