A 24ª etapa da
Operação Lava Jato, que resultou na condução coercitiva para depoimento do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã de hoje (4), fez com que o
Congresso tivesse uma sexta-feira atípica, com vários parlamentares na Câmara e
no Senado se revezando para se manifestar contra e em defesa de Lula e do
governo da presidenta Dilma Rousseff.
Deputados e
senadores do PT estão indo para São Paulo, para uma reunião hoje à tarde no
Diretório Nacional comandada pelo presidente da legenda, Rui Falcão. A ideia é
avaliar o cenário político diante da repercussão da suposta delação premiada do
senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e para prestar solidariedade ao
ex-presidente Lula, alvo da 24ª estapa da Operação Lava Jato. Uma das maiores
preocupações no partido, neste momento, seria mobilizar a militância do PT em
defesa do ex-presidente e da presidenta Dilma Rousseff.
Para o líder
do PT na Câmara, deputado Afonso Florence (PT-BA) a condução de Lula hoje para
prestar depoimento confirma que a Lava Jato é uma operação política e ilegal.
“Ilegal porque o ex-presidente Lula prestou depoimento sucessivas vezes e não
há nenhuma pista e nem prova contra ele”.
O petista
avalia que existe uma ação politicamente coordenada com a oposição porque a
tese do impeachment da presidente Dilma Rousseff teria perdido força. “Estaremos
em vigília em todos os estados durante o dia e tomaremos um conjunto de
incitivas para defender a democracia e o presidente Lula”, adiantou.
A oposição
também tem reuniões programadas para hoje para decidir como vai reagir às
supostas denúncias de Delcidio e a nova etapa da Operação Lava Jato. O líder do
DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM) disse que a investigação da qual
Lula é alvo é fruto do funcionamento das instituições no Brasil.
“A condução
coercitiva do ex-presidente Lula não é uma obra da oposição. Essa condução
coercitiva foi solicitada pelo Ministério Público ainda no mês de fevereiro,
portanto também não é retaliação da Polícia Federal contra a troca de ministros
na Justiça. Entendemos que o estado democrático de direito tem e deve continuar
funcionando no nosso país, mesmo que [o investigado] seja um ex-presidente da
República e nós lamentamos. As instituições tem que funcionar e nem ele [Lula]
está acima da lei”, disse.
Impeachment
Sobre o pedido
de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, que está tramitando na
Câmara dos Deputados, Pauderney destacou que as supostas revelações de Delcídio
devem ser incluídas no processo. “As revelações trazidas pelo ex-líder do
governo Delcídio do Amaral são estarrecedoras. Mostram que a presidenta Dilma
interferiu na Justiça para tentar 'melar' a Operação Lava Jato. Nós entendemos
que o impeachment ganha força”, afirmou ele, acrescentando que haverá um
esforço para que a comissão que vai analisar o pedido seja instalada ainda
neste mês.
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