O relatório
preliminar sobre a representação contra o presidente da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), poderá ser lido na reunião de amanhã (17) do Conselho
de Ética da Casa. A reunião está prevista para as 14h.
“Espero que amanhã possamos ler o relatório aqui no conselho”, disse o presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), ao final da reunião desta terça-feira (16), na qual o parecer do relator, Marcos Rogério (PDT-RO), deveria ter sido lido.
“Espero que amanhã possamos ler o relatório aqui no conselho”, disse o presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), ao final da reunião desta terça-feira (16), na qual o parecer do relator, Marcos Rogério (PDT-RO), deveria ter sido lido.
Araújo disse
que a leitura foi adiada porque ele preferiu esperar um posicionamento da Mesa
Diretora da Câmara sobre a questão de ordem que apresentou na semana passada contestando
a decisão do vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), que deferiu
requerimento do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para que o processo contra
Eduardo Cunha voltasse à fase de leitura do relatório preliminar e fosse
anulada a votação do parecer.
Durante a
reunião, Araújo reuniu-se com o presidente do Conselho Federal da Ordem dos
Advogados (OAB), Cláudio Lamachia, e outros dirigentes da entidade para
discutir medidas a serem adotadas para o andamento do processo contra Cunha no
Conselho de Ética. O deputado reclamou que não tem tido apoio dos advogados da
Câmara para apresentar os questionamentos que considera necessários para o
processo caminhar. “Pedi socorro à OAB. O que estamos passando nesta Casa é
algo inusitado, que não pode acontecer. O presidente [Eduardo Cunha] pode tudo.
O presidente pode tudo, e nós nada?” lamentou.
Araújo disse
que está propenso a entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal
(STF) para derrubar a decisão do vice-presidente da Câmara, que anulou a
reunião do conselho na qual foi aprovado o relatório preliminar e se propôs a
continuidade das investigações contra Cunha. Ele informou que pode entrar com a
ação ainda hoje se os advogados concluírem o documento que está sendo
elaborado.
Também foram
apresentados dois adendos à representação contra Cunha no Conselho de
Ética. Com isso, o relator Marcos Rogério informou que está estudando a
possibilidade de incluir no parecer preliminar pontos relacionados às novas
denúncias incluídas nos adendos apresentados pelo PSOL e pela deputada Clarissa
Garotinho (PR-RJ). Os adendos questionados por aliados de Cunha no conselho.
Ainda na
reunião de hoje, o PTB apresentou como sua representante no colegiado a
deputada Josi Araújo (AP), que entra na vaga deixada por Arnaldo Faria de Sá
(PTB-SP). O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), aliado de Cunha, havia indicado
para tal vaga o deputado Nilton Capixaba (PTB-RO), que renunciou e o posto será
ocupado por Josi. Na votação de dezembro, Faria de Sá havia votado contra Cunha.
Com a substituição do paulista, alguns deputados, inclusive o relator,
questionaram a mudança no conselho.
Para esses
parlamentares, o Conselho de Ética está negando o direito de defesa de Cunha e,
com isso, protelando o andamento do processo. O advogado de Cunha, Marcelo
Nobre, defendeu na reunião o direito de defesa do seu cliente em todas as fases
do processo. Ele questionou também a forma em que foram apresentados os adendos
à representação.
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