O
ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse hoje (2) acreditar que o
governo conseguirá aprovar a proposta de recriação da Contribuição Provisória
sobre Movimentação Financeira (CPMF). A aprovação do tributo foi um dos temas
da mensagem com as prioridades do Executivo na abertura dos trabalhos
legislativos deste ano.
Questionado se
o governo teria condições de aprovar a recriação do tributo, Wagner afirmou
que, apesar do discurso da oposição, a base do governo é maior.
“A gente sabe
que tem oposição, mas nossa base é maior”, acrescentou. “Vão aprovar. Minha
posição é essa.”
Para o
ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, o
retorno da CPMF é necessário para financiar as atividades do Estado e
reequilibrar a economia. Segundo Monteiro, a estabilidade fiscal é pré-condição
para recuperação da economia brasileira.
“Nenhum país
pode apostar no processo recessivo de maneira prolongada. O que se busca é
reequilibrar a economia para o país voltar a crescer. Diante disso, se
identifica como alternativa viável no curto prazo, mas isto está posto para
discussão e decisão no Congresso Nacional”, acrescentou Monteiro.
De acordo com
o ministro, diante do cenário de desequilíbrio fiscal é preciso encontrar
soluções, “ainda que sejam onerosas”, mas que representem o menor custo social
possível.
"A CPMF é
um remédio amargo, mas impõe esse custo menor. Temos de ter esperança que ao
fim, de modo responsável, encontraremos a solução adequada, que, às vezes, é
dolorosa. Costumo dizer que se o Brasil pôr em risco o financiamento de
atividades em áreas essenciais das políticas públicas, a sociedade pagará um
custo muito maior”, destacou Armando Monteiro.
Mais comedido,
o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou que o Congresso vai
avaliar as propostas de Dilma e disse acreditar que as respostas serão
satisfatórias. “Acredito que teremos uma resposta muito satisfatória do
Congresso Nacional em relação as propostas colocadas pela presidenta.”
Vaias
O vírus Zika,
a reforma da Previdência e a volta da CPMF foram os principais temas da
mensagem que a presidente Dilma Rousseff entregou pessoalmente ao Congresso
Nacional. Nos momentos em que argumentou a favor da CPMF, que tramita no
Congresso como proposta de emenda à Constituição, parte dos parlamentares da
oposição vaiou a presidenta em protesto contra a medida, enquanto integrantes
da base aliada a defendiam com aplausos.
O
ministro-chefe da Casa Civil disse que o gesto “não muda nada”. Fui parlamentar
por 12 anos. Isso é do dia a dia do Congresso. Quem gosta aplaude, quem não
gosta fica calado. Alguns vaiam, mas isso para mim não muda nada”.
Monteiro
lembrou que as manifestações são próprias do processo que, “democraticamente, a
gente observa no Congresso” e que não prestou atenção no movimento de alguns
oposicionistas. “Eu só ouvi os aplausos. Eles foram maiores que as vaias.”
Para Cardozo,
ao levar pessoalmente a mensagem ao Congresso Dilma demonstrou disposição para
o diálogo. Ele criticou os que vaiaram, afirmando que não estão prontos para o
diálogo.
“Foi um gesto
importante [da presidenta] e muito bem recebido pela grande maioria do
Congresso Nacional. Existem pessoas que querem o quanto pior, melhor. Elas
preferem se manifestar contra tudo, sem buscar alternativas. No fundo, os
brasileiros preferem que busquemos nossas convergências e não que caiamos num
espaço de disputa permanente sem que nada se faça”, concluiu.
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Dag Vulpi