Os visitantes
que vierem ao Brasil nos meses de agosto e setembro, para os Jogos Olímpicos e
Paralímpicos, não devem temer o contágio pelo vírus Zika, pois, no inverno, a
população de mosquitos chega ao mínimo, disse hoje (24) a diretora-geral da
Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan.
Em companhia
do ministro da Saúde, Marcelo Castro, Margaret Chan visitou nesta quarta-feira
a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), um dos principais centros de pesquisa do
país. Perguntada se haveria algum tipo de risco de visitantes e atletas
contraírem a zika durante os Jogos, ela demonstrou confiança nos esforços
feitos pelas autoridades brasileiras e pelo Comitê Olímpico Internacional
(COI).
“O Brasil não
é novato em organizar eventos de massa. Vocês recém-terminaram o carnaval e
dois anos atrás sediaram a Copa do Mundo. Nossos especialistas têm se reunido
com o governo e o Comitê Olímpico local, para desenvolver um plano sólido de
controle de vetores [de doenças]. Além disso, em agosto e setembro, é inverno e
estação de seca no Brasil. A densidade de mosquito nessa época é a menor do ano.
O governo brasileiro e o Comitê Olímpico se comprometeram a trabalhar juntos
para garantir que os Jogos sejam agradáveis para os participantes, os
visitantes e os atletas”, disse Margaret.
O ministro
Marcelo Castro também ressaltou que não há preocupação especial com a
disseminação da doença durante a Olimpíada, pois a tendência é cair a
incidência da doença nessa época do ano. Ele disse que, no período em que serão
disputados os Jogos (agosto e setembro), é “histórico" que a população de
mosquito cai vertiginosamente, aos menores níveis de todo o ano.
"O período de maior população de mosquitos são os meses de março e abril. Em maio, [o número deles] começa a declinar e em julho e agosto chega a níveis basais. Este ano, está sendo feito um esforço [de combate] pelos governos federal, estaduais e municipais, mais o envolvimento da sociedade, como nunca houve em nenhuma época.”
Marcelo Castro
disse esperar que, dentro de dois anos, já esteja disponível para a população
uma vacina contra a dengue e, dentro de três anos, uma vacina contra a zika.
Também participaram da coletiva a diretora da Organização Pan-Americana de
Saúde (Opas), Carissa Etienne, e o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.
A diretora-geral da OMS, que na parte da manhã esteve no Recife, fez questão de mostrar aos jornalistas a camiseta que vestia, ganha de presente da presidenta Dilma Rousseff, com a frase “Zika Zero, um mosquito não é maior que um país inteiro”.
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Dag Vulpi