Um dia após o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitar pedido de abertura de
processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, o Palácio do
Planalto começou a se mobilizar logo cedo para reagir à iniciativa. Dilma
chamou o vice-presidente, Michel Temer, e os ministros da Casa Civil, Jaques
Wagner; da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva; da Justiça, José
Eduardo Cardozo; e a da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, para uma
reunião em seu gabinete.
Líderes de
partidos da base aliada na Câmara também começam a chegar ao Palácio do
Planalto para uma reunião com Berzoini, que acontecerá em seguida. O líder do
PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), disse que o partido foi “pego de surpresa”
com a decisão de Cunha e que a legenda vai atuar “de acordo com a
Constituição”.
"Não
podemos, nós, o Congresso, e a sociedade brasileira não vai permitir, que nasça
uma crise institucional. O momento é de muito equilíbrio, harmonia, para que a
gente possa respeitar a Constituição e que a gente tenha a tranquilidade de
fazer o nosso trabalho sem nenhuma influência que não seja o absoluto respeito
à Constituição”, disse o líder ao chegar ao Planalto.
O PSD poderá
indicar quatro deputados para a Comissão Especial que vai analisar o processo
de impeachment. A comissão terá 66 parlamentares, com representação de
todos os partidos, e será instalada na próxima segunda-feira (7).
Ontem (2),
após o anúncio de Cunha, Dilma fez um
pronunciamento rápido em que disse ter recebido a notícia com
indignação. Segundo a presidenta, as acusações contra ela são “inconsequentes e
inconsistentes”, motivadas por ataques pessoais. “Não paira contra mim nenhuma
suspeita de desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior. Nunca
coagi e nem tentei coagir instituições em busca de satisfazer os meus
interesses”, afirmou.
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Dag Vulpi