O presidente
do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, apresentou a deputados federais hoje
(29) uma avaliação das expectativas de inflação e o cenário fiscal. Tombini
também conversou com os parlamentares sobre a atuação do BC no mercado de
câmbio, exclusivamente para manter a funcionalidade e prover hedge (proteção)
para a economia e assim preservar a estabilidade financeira do país.
A reunião
ocorreu na sede do BC, em Brasília, com os deputados que integram a Comissão de
Finanças e Tributação, atendendo requerimento do deputado Jerônimo Goergen
(PP-RS). A reunião foi fechada à imprensa e, ao final, o BC divulgou nota
sobre o encontro.
Segundo a
nota, divulgada pelo banco, Tombini apresentou um panorama sobre o
cenário econômico global e brasileiro, sobre os ajustes em curso na economia
nacional e, especificamente, sobre a atuação do BC no mercado cambial.
“De forma
geral, o presidente do BC comentou os desdobramentos mais recentes em economias
maduras e o andamento do ajuste do setor externo, que deve resultar em
contribuição positiva ao PIB [Produto Interno Bruto] em 2015”.
De acordo com
o deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR), que participou da reunião, Tombini “sabe
que as condições fiscais do país não são boas e está preocupado com isso”. O
deputado acrescentou que foi discutido sobre o desajuste fiscal, que afeta as
expectativas para a inflação e dificulta o trabalho no combate à alta dos
preços.
Kaefer disse
ainda que Tombini explicou que, mesmo com a alta da taxa básica de juros, a
Selic, a inflação sobe devido ao forte impacto do aumento de preços
administrados, como energia elétrica, e à alta do dólar.
Hoje, o BC
divulgou a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom),
responsável por definir a Selic. Para tentar levar a inflação ao centro da meta
em 2016, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros,
a Selic, por sete vezes consecutivas. Nas duas últimas reunião, no entanto, o
Copom optou por manter a Selic em 14,25% ao ano. Devido às incertezas do
cenário fiscal, o BC abandonou a expectativa de atingir o centro da meta de
inflação (4,5%) em 2016. Agora essa expectativa passou para 2017.
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