Presidenciável tucano diz que apenas 20% da iniciativa do governo federal que já contratou 6.658 médicos, entre estrangeiros e brasileiros, são de "efetividade"; o restante é "uma propaganda enorme", atacou; senador afirma que não pretende acabar com o programa caso seja eleito presidente, mas fará mudanças: "sob o governo do PT, os médicos cubanos são discriminados. Eu quero estabelecer uma nova forma de contrato em que os cubanos que aqui quiserem ficar poderão ficar, mas vão receber exatamente como os outros"; segundo ele, "hoje o Brasil submete-se a regras de um país fechado, uma ditadura comunista"
O senador e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, acusou o programa Mais Médicos, implantado no governo Dilma Rousseff, de ser "80% propaganda". Ele fez ainda críticas à gestão do governo petista na área da Saúde e disse que hoje, na forma como funciona, a iniciativa "discrimina" os cubanos e é "desleal" com os brasileiros, ao ser oferecida como "solução" para o problema da saúde pública no País.
Anunciado em julho do ano passado pela presidente Dilma e pelos ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Educação, Aloizio Mercadante, o programa Mais Médicos terminou 2013 com 6.658 profissionais trabalhando em 2.177 municípios e 28 distritos indígenas. A meta do governo é, até março de 2014, ter 13 mil profissionais nos municípios que aderiram ao programa. Para isso, pode contratar ainda mais estrangeiros, segundo o ministro Padilha (leia aqui).
"O Mais Médicos eu diria que é 80% propaganda e 20% de efetividade na melhoria do atendimento à saúde. Porque o mesmo governo que faz essa propaganda enorme do Mais Médicos é o governo que permitiu que nos últimos dois anos fossem fechados 13 mil leitos hospitalares no Brasil e deixou as Santas Casas em situação de miséria", criticou Aécio Neves em entrevista à Record News, na noite desta quarta-feira 15.
Segundo ele, quando o PT assumiu o poder, o governo federal investia, "no conjunto", 66% em Saúde. "Hoje, investe apenas 45%", disse aos jornalistas Heródoto Barbeiro e Ricardo Kostcho. "Apresentar o Mais Médicos como a solução do problema da saúde pública no Brasil é deslealdade para com os brasileiros. O Mais Médicos é um caminho, nós precisamos de médicos em determinadas regiões do Brasil", acrescentou o tucano.
Cubanos
Questionado se acabará com o programa caso seja eleito presidente nas eleições de 2014, Aécio respondeu que não, mas que faria mudanças. "No governo nosso, eu não faria como fez o governo do PT, em que os médicos cubanos são discriminados em relação a médicos de outras partes do mundo". O senador lembrou em seguida que hoje, os médicos estrangeiros que estão no País, como argentinos e espanhóis, recebem R$ 10 mil por mês.
"O cubano recebe 10 mil reais em Cuba, o governo cubano recebe 10 mil reais, eles recebem aqui 1,5 mil reais. Eu quero estabelecer uma nova forma de contrato em que os cubanos que aqui quiserem ficar poderão ficar, serão estimulados a ficar, e vão receber exatamente como recebem os outros", disse.
Hoje, os profissionais cubanos são contratados pelo governo brasileiro por meio de um convênio com a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), que faz o intercâmbio entre o Brasil e a ilha de Raúl Castro. Aécio anunciou que "romperia" esse contrato para "encontrar uma forma de dar continuidade ao trabalho desses médicos, mas não prejudicando os cubanos, que têm suas famílias retidas em Cuba e recebem aqui um salário irrisório, vivendo de favores hoje dessas cidades [para onde foram encaminhados pelo programa]".
Segundo ele, "hoje o País paga [os cubanos], mas submete-se a regras de um país fechado, de uma ditadura comunista", em referência à Cuba.
Do Brasil 247
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