segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Está preso, em minas, o dono do Novo Jornal



 Foi preso, nesta madrugada, o empresário Marco Aurélio Carone, dono do Novo Jornal. De acordo com a Justiça mineira, o site é usado como instrumento para chantagens, extorsão, intimidações e linchamento moral dos alvos políticos de Carone, bem como de juízes, promotores, desembargadores e policiais. 

“Ao verificar o site do ‘novojornal’ fica patente que o mesmo é utilizado para aliançar ofensas à honra de autoridades públicas, achincalhando e ofendendo a todos que se posicionam contra os interesses do grupo, imputando inverdades àqueles que cumprem seus deveres funcionais”, disse a juiza Maria Isabel Fleck (leia aqui a decisão).

Carone é acusado de integrar uma quadrilha especializada na falsificação de notas promissórias e contratos de cessão de créditos e direitos que somam mais de R$ 1,3 bilhão. Essa quadrilha seria comandada pelo lobista Nilton Monteiro, responsável pela famosa "Lista de Furnas", que também está preso. 

Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual, o Novo Jornal finge-se de noticioso, mas, na verdade, funciona como um instrumento de diversos crimes. A juíza Maria Isabel Fleck afirmou, ainda, que “analisando detidamente os autos, fica evidenciado que o réu Marco Aurélio Flores Carone utiliza o seu jornal virtual ‘novojornal’ para ameaçar qualquer cidadão que esteja cumprindo os seus deveres, tais como, desembargadores, Juízes de Direito, membros do Ministério Público, Delegados de Polícia, etc”.

Carone já foi condenado em processos criminais movidos pelo atual prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, do PSB, e também tem utilizado o Novo Jornal como veículo de combate ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidenciável tucano.

De acordo com o Ministério Público, será apurada a fonte de recursos responsável por financiar o site, uma vez que ele não conta com anunciantes. De acordo com o MP, o Novo Jornal sobrevive com recursos de origem clandestina.

Ao aceitar a denúncia, a juíza Maria Isabel Fleck, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, reconheceu a gravidade das provas. Segundo a denúncia, a quadrilha de Nilton Monteiro, com a participação fundamental de Carone, falsificou e utilizou documentos falsificados para perpetrar diversos golpes. “Normalmente desafetos do líder da quadrilha, assim agindo através de cobranças astronômicas lastreadas em documentos forjados, alardeando suas ações em site de imprensa eletrônica para conferir ares de veracidade aos golpes”, denunciou o MP.

Foram denunciados também, além de Carone e Monteiro, que já se encontra preso em Contagem, Alcy Monteiro, Maria Maciel de Souza, Gilmar Adriano Corrêa e Nelson Luiz da Silva, escrivão de polícia aposentado.

Carone responde pelos crimes de formação de quadrilha, falsificação de documentos público e particular, falsidade ideológica, uso de documento falso e fraude processual.

Brasil 247

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