Decisão sobre orçamento dos EUA ajuda bolsa a cair mais de 1%

Tatiane Correia

Blog Dag Vulpi - A bolsa terminou o dia com uma retração superior a 1%, em meio ao fraco volume de negociação e ao acordo fechado sobre o orçamento dos EUA (Estados Unidos), que ajudou a reforçar as expectativas em torno do início do ciclo de corte dos estímulos econômicos injetados no mercado.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) fechou a terça-feira (11) em queda de 1,87%, aos 50.067 pontos e com um volume negociado de R$ 5,295 bilhões. No mês, a bolsa acumula queda de 4,60%; no ano, de 17,86%. As maiores altas foram as ações da Dasa (DASA3), PDG (PDGR3) e Embraer (EMBR3). Já as maiores baixas ficaram por conta dos papéis das empresas Oi (OIBR3 e OIBR4), LLX Logística (LLXL3) e MMX Mineração (MMXM3).

“O Ibovespa terminou a quarta-feira em baixa, seguindo as principais bolsas norte-americanas, que operam em queda no momento, devido às especulações sobre o início da possível redução do atual programa de estímulos do Federal Reserve no valor de US$ 85 bilhões mensais, com o Comitê Federal de Mercado Aberto [Fomc] se reunindo na próxima semana para decidir sobre a taxa básica de juros dos EUA, assim como sobre o futuro do programa de compras de ativos da instituição”, diz o BB Investimentos, em relatório.

Fechado na noite da terça-feira (10), o acordo orçamentário dos Estados Unidos adota novos limites de endividamento para o país em 2014 e 2015, e substitui alguns dos cortes automáticos em programas sociais e militares por outras alterações, o que pode ajudar a evitar uma nova paralisação do governo federal norte-americano no começo do próximo ano. Caso republicanos e democratas aprovem as novas medidas, elas serão sancionadas pelo presidente Barack Obama.

Segundo informações do serviço Broadcast, da Agência Estado, as novas regras adotadas ajudam a fornecer estabilidade fiscal aos Estados Unidos, além de motivar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), e podem ser um fator a mais para que o Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) comece a reduzir as compras mensais de bônus, no total de US$ 85 bilhões.

Perdas

A queda no mercado brasileiro foi generalizada, com destaque para as perdas de Petrobras, Vale e do setor de bancos. No caso da estatal de petróleo, o mau humor se deve às perspectivas traçadas para a empresa, e à falta de informações mais claras sobre o quanto o cálculo do reajuste dos combustíveis ajudou a aumentar o ritmo das vendas. A queda dos estoques de petróleo nos EUA também podem ser um fator de impacto, devido à sinalização de alta do preço do item no mercado internacional.

Por outro lado, a cotação do dólar apresentou um aumento considerável, tanto por conta de um ajuste de posições após um ciclo de quatro quedas consecutivas como pelas expectativas com a reunião da autoridade monetária norte-americana na próxima semana. De acordo com o serviço Broadcast, o dólar à vista no balcão terminou a sessão a R$ 2,3420, com alta de 1,47%, na máxima do dia.

Além das perspectivas com o Fed, a cotação foi afetada pelos números referentes ao fluxo cambial brasileiro, que ficou negativo em US$ 2,651 bilhões na semana de 2 a 6 de dezembro. Com esse resultado, o saldo está negativo em US$ 6,132 bilhões no ano, segundo o BC (Banco Central). Por outro lado, a autoridade monetária brasileira vendeu nesta tarde todos os 20 mil contratos de swap cambial ofertados na terceira operação de rolagem dos títulos que vencem em 2 de janeiro do ano que vem. O valor total da operação foi de US$ 988,5 milhões.

A agenda macroeconômica será movimentada nesta quinta-feira (12). No Brasil, o mercado aguarda os dados de vendas do varejo em outubro; no exterior, destaque para os dados de seguro-desemprego, vendas no varejo, estoques de empresas e preços de importação nos EUA, o índice de preços ao consumidor na França e a produção industrial na zona do euro.

Do Jornal GGN