Um novo protesto contra o aumento da tarifa de transporte público na capital paulista está marcado para hoje (18), às 17h, na Praça da Sé. Será o sexto protesto desde o último dia 6. Ontem (18) ocorreu o maior ato organizado pelo grupo Movimento Passe Livre (MPL), que reuniu 65 mil manifestantes nas ruas, segundo o Instituto Datafolha. Dados da Polícia Militar (PM) dão conta de que, por volta das 19h, havia 30 mil pessoas nos protestos na capital paulista.
Na página do evento em uma rede social, o protesto de hoje conta com quase 125 mil confirmações. A página do ato que ocorreu ontem teve mais de 287 mil adesões pela internet. A quarta manifestação, no dia 13 de junho, contou com cerca de 5 mil participantes nas ruas, segundo a PM. No primeiro e no segundo dia de protestos – 6 e 11 de junho, a PM informou que aproximadamente 2 mil pessoas estavam presentes.
Por volta das 11h de hoje (18), um grupo de 20 pessoas que participou dos protestos ontem, permanecia acampado em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. O analista de infraestrutura Jonatha, 23 anos, informou que o grupo deve ficar lá até que sejam atendidos por representantes do governo. "Eles [assessoria do governo paulista] pediram uma comissão de cinco pessoas, mas nós não temos lideranças aqui, então pedimos para que todos entrassem e a proposta foi negada", disse o jovem que não quis informar o sobrenome.
Os manifestantes propõem, então, que um representante venha ao encontro deles para o diálogo. "Já ficamos a noite toda aqui. Agora não tem mais porque sair sem ter uma definição, uma conversa. Vamos ficar", explicou Jonatha.
O grupo interdita uma das faixas da Avenida Morumbi e, pela manhã, organizou um mutirão de limpeza para retirar as cinzas de uma fogueira que foi acesa no meio da rua, durante a madrugada, para aquecê-los. Apesar do transtorno no trânsito provocado pelo bloqueio da via, alguns motoristas que passam pela avenida buzinam e acenam em apoio aos manifestantes.
Há pouco começou, na sede da prefeitura de São Paulo, uma reunião entre o prefeito Fernando Haddad e os líderes do Movimento Passe Livre (MPL), que organizou os protestos na capital, para discutir melhoria no transporte público.
Grupo de manifestantes permanece em frente à sede do governo paulista
Um grupo de participantes dos protestos de ontem (17) contra o aumento da tarifa de transporte público permanece acampado em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no bairro do Morumbi. No início da manhã de hoje (18), os manifestantes bloquearam uma das faixas da Avenida Morumbi.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), o bloqueio ocorre no sentido Ponte Morumbi, que passa sobre a Marginal Pinheiros, entre a avenidas Giovanni Gronchi e Padre Lebret. Agentes da CET e os próprios manifestantes ajudam a orientar o trânsito.
O quinto de dia de protestos ontem em São Paulo reuniu cerca de 65 mil pessoas, segundo contagem do Instituto Datafolha. A Polícia Militar (PM) informou, por volta das 19h, que 30 mil participavam dos protestos.
O grupo, que se concentrou no Largo da Batata, dividiu-se em pelo menos três frentes, que se concentraram na Avenida Luiz Carlos Berrini, na Avenida Paulista e na Marginal Pinheiros. Por volta das 22h, parte dos manifestantes seguiu para o Palácio dos Bandeirantes.
Alguns manifestantes derrubaram os portões de entrada de número 2, que dá acesso ao estacionamento. A Tropa de Choque, que guardava a sede do governo, revidou com bombas de gás.
Haddad diz a manifestantes que repudia violência e que não há como reduzir tarifa
Em reunião com líderes do Movimento Passe Livre (MPL), o prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, repudiou a violência em manifestações contra o aumento das passagens do tranporte público. O MPL organizou os cinco protestos contra a elevação da tarifa de R$ 3 para R$ 3,20, em vigor desde o início do mês.
O prefeito destacou que, na manifestação de ontem, houve pouquíssimos incidentes. “Eu nunca utilizei uma palavra que desmerecesse o movimento. Nunca usei palavras como vândalos e baderneiros. Eu tenho repudiado a violência, principalmente, quando ela parte do Estado”.
No encontro, Haddad informou que o município não tem receita para subsidiar ainda mais as tarifas do transporte público. Segundo ele, qualquer das três sugestões já oferecidas pelo movimento, como reduzir, congelar ou eliminar a tarifas, levaria a um aumento de subsídios, o que desequilibraria as contas municipais.
O encontro ocorre na sede da prefeitura de São Paulo, durante reunião extraordinária do Conselho da Cidade, órgão consultivo formado por empresários, cientistas, pesquisadores, integrantes de movimentos sociais, artistas e lideranças religiosas.
Haddad disse que 70% dos impostos municipais são destinados, conforme a Constituição, à saúde e à educação. Segundo ele, se o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) fosse dobrado, as tarifas seriam reduzidas em 50%.
O prefeito admitiu que os valores do transporte público na capital são altos. “Se nós não considerássemos altos, não estaríamos tomando essas providências”, disse Haddad, ao se referir aos subsídios pagos pelo governo.
Mayara Vivian, que integra o MPL, disse que não concorda com as declarações do prefeito. Para ela, não é uma questão, simplesmente, de remanejamento de impostos. “A gente tem que tirar o lucro dos empresários”, disse.
Ela disse que o grupo pode ajudar o prefeito a pressionar essas empresas, por meio das manifestações. A integrante do MPL garantiu que os protestos continuam até o revogamento da elevação das tarifas. Uma nova manifestação está marcada para as 17 h de hoje (18), com concentração na Praça da Sé.
Agencia Brasil
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