Por Leila
Cordeiro
Parecia
para ela o dia perfeito. Enquanto andava na calçada ouvia o cantar dos
pássaros, olhava o céu azul e sentia na pele o sol que brilhava como
nunca. A brisa suave anunciava a chegada da primavera com flores frescas e
temperatura amena. Com tanto encantamento a jovem não percebeu , ao atravessar
a rua, a chegada de um caminhão. De repente, uma buzina, o barulho estridente
de freios que ainda tentaram evitar a batida, mas foi em vão.
Ela
voou pelos ares com a violência do impacto do imenso veículo em seu corpo e
tudo foi desaparecendo rapidamente até que tornou-se pura escuridão. Ela sabia
que sua vida estava por um fio. De repente, um piscar de lucidez deixou-a ver
seu corpo estendido no chão com muitos em volta , alguns chorando, outros
gritando.
Uma
luz surge e ela começa a segui-la através de um túnel para um lugar onde as
cores e os sons são muito mais reais, as flores mais cheirosas e o céu mais
azul. Ela sentiu-se no paraíso e quís viver lá.
Semanas
depois acordou, monitorada por máquinas que entoavam bips desencontrados vindos
de um monitor ao lado da sua cama no hospital. Sua cabeça girava sem saber onde
estava, mas com as lembranças presentes dos seus minutos finais de vida e é
aqui que a viagem científica começa.
Essa
semana, a CNN publicou um relato do cientista belga Dr. Steven Laureys , um
estudioso das chamadas "Experiências de Quase Morte"(EQMs) que
acometem muitos pacientes quando entram em coma. Ao voltar à vida, todos
têm histórias muito parecidas para contar , exatamente como aconteceu com a
jovem acima.
O
especialista, que lidera o Grupo Ciência do Coma no hospital universitário na
cidade de Liege, na Bélgica, publicou junto com outros cientistas um estudo
sobre EQMs no final do mês passado onde afirma que pessoas que tiveram essa
fantástica experiência parecem voltar mais felizes e não mais temer a morte
tornando-se um referencial em suas vidas a existência de algo mais além da vida
que se vive nessa terra.
Ao
longo dos anos, muitos pacientes têm despertado do coma para contar a Laureys
sobre viagens para o futuro que fizeram enquanto estavam desacordados. Segundo
ele, o mais incrível é que suas histórias têm elementos que são os mesmos ou
muito semelhantes.
O
Dr. Laureys revelou que testes psicológicos já foram feitos em vários pacientes
que passaram por uma EQM e que as memórias reveladas estão mais presentes do
que qualquer outra na lembrança dessas pessoas. É esta clareza espumante e a
cor viva da experiência, que muitos revelam quando perdem a consciência, que
ele e sua equipe têm pesquisado.
Mas o Dr. Laureys é um cientista e por isso prefere não misturar essa experiência com religião. O médico afirma que não quer especular sobre a existência de um mundo espiritual, dizendo apenas que uma pequena minoria de experiências de quase morte são horríveis. A maioria delas é agradável e edificante e, por isso, pelas suas contas, parece que mais pessoas vão para o "céu" do que para o "inferno".
Direto
da Redação
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