O dólar fechou ontem (8) com alta de 0,36%, cotado a R$ 1,972 para compra e a R$ 1,974 para venda. O pregão abriu em queda, que foi revertida quando a cotação da moeda norte-americana se aproximou de R$ 1,95. A baixa na abertura foi influenciada por declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista à agência Reuters, de que o governo não permitiria que o dólar voltasse a ser cotado a menos de R$ 1,85, intervindo no mercado se necessário.
A declaração rendeu diferentes interpretações do mercado, inclusive a possibilidade de que o dólar cairia ainda mais em relação ao patamar do início da manhã (R$ 1,95), e por isso, muita gente começou a vender a moeda, de acordo com o economista Silvio Campos Neto, da Tendência Consultoria.
Mantega disse, em nota divulgada pela assessoria do ministério, que "a política cambial não mudou e não permitiremos a desvalorização especulativa do dólar ante ao real”.
Além disso, o Departamento de Operações do Mercado Aberto do Banco Central (BC) comunicou ao mercado, às 11h31, a abertura de um leilão de swap cambial reverso, que é a compra de dólares no mercado futuro com o intuito de valorizar a moeda norte-americana. Operação que o BC não fazia há mais de três meses. A iniciativa foi para conter a queda do dólar.
A operação deu certo e a cotação da moeda norte-americana começou a subir no início da tarde. Antes, porém, gerou “muita apreensão” entre os analistas e o empresariado, de acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), Fabio Arruda Mortara. Segundo ele, “não há fuga de investidores do mercado cambial”, mas a volatilidade inerente a esse mercado “cria mais dificuldades para se planejar investimentos”.
"Preocupação que se acentua com a falta de clareza na condução da política cambial e indica que a atividade econômica de 2013 está indo na mesma direção de 2012 [crescimento em torno de 1%]", acrescentou.
Agência Brasil
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