Quase seis anos após deixar a
presidência do Senado, o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL) deve
voltar a ocupar a principal cadeira da Mesa Diretora pelos próximos dois anos.
Apesar de ainda não ter oficializado sua candidatura para a eleição, que ocorre
no dia 1º de fevereiro, Renan é o favorito para suceder José Sarney (PMDB-AP).
Ao ter o nome aventado novamente
para disputar a presidência, Renan viu ressurgir velhos assuntos que o
assombraram no passado, além de ter de lidar com novas denúncias. Entre elas, a
de que ele estaria pedindo ressarcimento de R$ 10 mil ao Senado por um serviço
que uma produtora de vídeo nega ter prestado. O dinheiro serviria para
reembolsar gastos que Renan teve para divulgação de atividade parlamentar,
o que é direito de todos os deputados e senadores.
Outra denúncia envolve o filho do
senador, o deputado Renan Filho (PMDB-AL), que é, inclusive, investigada pelo
Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo reportagem do jornal O Globo, o
filho do parlamentar é sócio de uma rádio – mas o
nome de Renan Filho não
aparece como cotista no registro da emissora junto ao Ministério das
Comunicações. O deputado também seria sócio de outra rádio, que sequer possui
registro no ministério.
Além dessas denúncias, Renan
Calheiros deverá enfrentar, na disputa pela presidência, o senador Randolfe
Rodrigues (Psol-AP), que confirmou sua candidatura independente. Há dois anos,
na última eleição para a Mesa do Senado, Randolfe também disputou e obteve oito
votos – 10% dos parlamentares da Casa. O senador considera sua candidatura como
uma "necessidade", já que Renan não "deveria" concorrer
sozinho. De fato, se não for pelo senador do Psol, o peemedebista seria o único
na disputa, já que o PMDB desistiu de lançar Luiz Henrique (SC) como candidato
concorrente.
O fato poderia dificultar a eleição
de Renan porque, como o pleito é feito por voto secreto, petistas resistentes
ao retorno dele à presidência e desafetos do senador poderiam optar por Luiz
Henrique no comando do Senado pelos próximos dois anos. Com a desistência, a
confirmação de Renan no cargo é praticamente certa.
Histórico
Em maio de 2007, surgiram as primeiras denúncias de que um lobista da empreiteira Mendes Júnior pagava R$ 12 mil mensais à jornalista Mônica Veloso como pensão alimentícia. A jornalista tem uma filha de Renan Calheiros. Em sua defesa, o senador apresentou documentos que comprovavam renda suficiente para pagar a pensão da filha e que não precisaria da ajuda de lobistas.
Em maio de 2007, surgiram as primeiras denúncias de que um lobista da empreiteira Mendes Júnior pagava R$ 12 mil mensais à jornalista Mônica Veloso como pensão alimentícia. A jornalista tem uma filha de Renan Calheiros. Em sua defesa, o senador apresentou documentos que comprovavam renda suficiente para pagar a pensão da filha e que não precisaria da ajuda de lobistas.
Diante disso, o Conselho de Ética da
Casa recomendou a cassação do mandato do parlamentar, mas o plenário do Senado
o absolveu por 40 votos contra, 35 a favor e seis abstenções. Mas a pressão fez
com que Renan Calheiros renunciasse à presidência do Senado.
Naquele mesmo ano, uma nova denúncia
abalou a história política do senador. Acusado de ter comprado rádios em
Alagoas por meio de "laranjas", novamente Renan foi absolvido pelos
colegas em nova votação pela cassação de seu mandato. Desta vez, o placar foi
48 votos contra e 29 a favor.
Outras quatro denúncias foram
apuradas no Conselho de Ética, mas não chegaram a ser decididas em Plenário.
Renan foi acusado de tráfico de influência junto à empresa Schincariol na
compra de uma fábrica de refrigerantes, espionagem de parlamentares da
oposição, participação em esquema de desvio de verbas públicas em ministérios
do PMDB, seu partido, e de apresentar notas frias em nome de empresas fantasmas
para comprovar rendimentos. (Portal Terra)
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