sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Após escapar de cassação, Renan deve voltar à presidência do Senado

Quase seis anos após deixar a presidência do Senado, o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL) deve voltar a ocupar a principal cadeira da Mesa Diretora pelos próximos dois anos. Apesar de ainda não ter oficializado sua candidatura para a eleição, que ocorre no dia 1º de fevereiro, Renan é o favorito para suceder José Sarney (PMDB-AP).


Ao ter o nome aventado novamente para disputar a presidência, Renan viu ressurgir velhos assuntos que o assombraram no passado, além de ter de lidar com novas denúncias. Entre elas, a de que ele estaria pedindo ressarcimento de R$ 10 mil ao Senado por um serviço que uma produtora de vídeo nega ter prestado. O dinheiro serviria para reembolsar gastos que Renan teve para divulgação de atividade parlamentar, o que é direito de todos os deputados e senadores.

Outra denúncia envolve o filho do senador, o deputado Renan Filho (PMDB-AL), que é, inclusive, investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo reportagem do jornal O Globo, o filho do parlamentar é sócio de uma rádio – mas o
nome de Renan Filho não aparece como cotista no registro da emissora junto ao Ministério das Comunicações. O deputado também seria sócio de outra rádio, que sequer possui registro no ministério.

Além dessas denúncias, Renan Calheiros deverá enfrentar, na disputa pela presidência, o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP), que confirmou sua candidatura independente. Há dois anos, na última eleição para a Mesa do Senado, Randolfe também disputou e obteve oito votos – 10% dos parlamentares da Casa. O senador considera sua candidatura como uma "necessidade", já que Renan não "deveria" concorrer sozinho. De fato, se não for pelo senador do Psol, o peemedebista seria o único na disputa, já que o PMDB desistiu de lançar Luiz Henrique (SC) como candidato concorrente.

O fato poderia dificultar a eleição de Renan porque, como o pleito é feito por voto secreto, petistas resistentes ao retorno dele à presidência e desafetos do senador poderiam optar por Luiz Henrique no comando do Senado pelos próximos dois anos. Com a desistência, a confirmação de Renan no cargo é praticamente certa.

Histórico
Em maio de 2007, surgiram as primeiras denúncias de que um lobista da empreiteira Mendes Júnior pagava R$ 12 mil mensais à jornalista Mônica Veloso como pensão alimentícia. A jornalista tem uma filha de Renan Calheiros. Em sua defesa, o senador apresentou documentos que comprovavam renda suficiente para pagar a pensão da filha e que não precisaria da ajuda de lobistas.

Diante disso, o Conselho de Ética da Casa recomendou a cassação do mandato do parlamentar, mas o plenário do Senado o absolveu por 40 votos contra, 35 a favor e seis abstenções. Mas a pressão fez com que Renan Calheiros renunciasse à presidência do Senado.

Naquele mesmo ano, uma nova denúncia abalou a história política do senador. Acusado de ter comprado rádios em Alagoas por meio de "laranjas", novamente Renan foi absolvido pelos colegas em nova votação pela cassação de seu mandato. Desta vez, o placar foi 48 votos contra e 29 a favor.

Outras quatro denúncias foram apuradas no Conselho de Ética, mas não chegaram a ser decididas em Plenário. Renan foi acusado de tráfico de influência junto à empresa Schincariol na compra de uma fábrica de refrigerantes, espionagem de parlamentares da oposição, participação em esquema de desvio de verbas públicas em ministérios do PMDB, seu partido, e de apresentar notas frias em nome de empresas fantasmas para comprovar rendimentos. (Portal Terra)


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