sábado, 15 de dezembro de 2012

Petrobrás negocia venda de ativos na Argentina

Segundo jornais argentinos, quatro empresas devem fazer propostas, mas prioridade na negociação seria da estatal YPF 
A Petrobrás negocia a venda de seus ativos na Argentina, mercado no qual é atualmente a quinta maior petrolífera, informaram os jornais ‘La Nación’ e ‘El Clarín’ em suas edições de ontem.

A argentina YPF é uma das principais interessadas no negócio, que também receberá proposta de outras três companhias de capitais argentinos: Pluspetrol (controlada pelas famílias Rey e Poli), Tecpetrol (do grupo Techint) e Bridas (família Bulgheroni e chinesa CNOOC). Segundo fontes, a Petrobrás contratou o Scotiabank Brasil para gerenciar a venda e procurar por possíveis compradores.

Procurada pela Agência Estado, a Petrobrás disse que não comentará o assunto. No entanto, a agência Reuters revelou no mês passado que a petrolífera tinha a intenção de vender todas as refinarias no exterior. A estratégia faria parte de uma iniciativa para arrecadar recursos para a expansão da empresa no Brasil, o que estaria relacionado especialmente à exploração de petróleo na camada pré-sal.

O Plano de Negócios 2012-2016, aprovado em junho, prevê que apenas 2,5% do investimento de US$ 236,5 bilhões a ser feito pela empresa no período será para operações internacionais. O montante previsto, de US$ 6 bilhões, corresponde a um desembolso médio de pouco mais de US$ 1 bilhão por ano até 2016 - queda de 80% em relação à divulgação anterior.

Ativos. A Petrobrás possui a refinaria de Bahia Blanca, na Argentina, com capacidade de refino de 31,5 mil barris por dia, e uma participação de 28,5% em outra refinaria argentina na província de Salta, com capacidade de processamento de 32 mil barris por dia. A YPF detém 50% do ativo e os 21,5% restantes são da Pluspetrol.
O La Nación disse que a Petrobrás inicialmente havia planejado manter ativos de gás de xisto no campo gigante de Vaca Muerta e os blocos de exploração no mar argentino, onde atua em parceria com a YPF e Enarsa.
A empresa brasileira também é proprietária de cerca de 300 postos de combustível na Argentina, segundo o jornal.

As informações publicadas pelos jornais foram apuradas durante encontro anual do Instituto Argentino de Petróleo e Gás (IAPG), realizado na quinta-feira, em Buenos Aires, com executivos de empresas que acompanham as negociações sobre os ativos de perto, segundo detalhou a imprensa local.

Favoritismo
Atribuindo a declaração a um empresário do setor, o Clarín disse que "houve um avanço entre Petrobrás e YPF que, por ora, deixa de fora da concorrência todos os demais. Para os brasileiros, que também estão analisando o negócio do ponto de vista político, a prioridade é da empresa vinculada ao governo.

Ao longo dos últimos dois anos, vários meios de comunicação da Argentina e estrangeiros publicaram a mesma informação de venda dos ativos da Petrobrás Argentina, mas a companhia sempre negou a versão.
Em entrevista à Agência Estado, há cerca de um ano, o presidente da companhia na Argentina, Carlos Alberto da Costa, confirmou que a empresa poderia se desfazer dos ativos que "não são parte do core (núcleo principal) de seus negócios".

Ele não ofereceu detalhes sobre o que estaria à venda, mas as análises de especialistas do setor e de fontes indicam que entrariam no pacote de venda suas participações na companhia de distribuição de eletricidade Edesur (25%) e na refinaria Refinor (28%), além da refinaria de Bahía Blanca.

Para esses analistas, a estatal manteria as áreas de exploração de combustíveis não convencionais em Vaca Muerta, considerada a terceira maior reserva de gás e petróleo de xisto. E, ainda, a área de exploração off shore, na qual possui acordo com a YPF e a Enarsa (estatal). Caso a YPF compre a Petrobrás Argentina, vai ampliar sua participação de 57% do mercado para 63%.


Petrobrás é modelo a ser seguido, diz Nieto

O presidente do México, Enrique Pena Nieto (foto), declarou que a Petrobrás é um modelo a ser seguido e que fazer uma listagem parcial de ações em bolsa da petrolífera estatal Pemex é uma possibilidade. "O Brasil tem uma estrutura legal que permite criar alianças estratégicas, que é o que estou propondo ao setor privado", afirmou Nieto à Reuters. Ele se mostrou confiante de que serão aprovadas em 2013 as reformas para reestruturar a Pemex e o regime tributário do país, pilares do seu programa de crescimento. O Estado de S.Paulo 

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