Segundo jornais argentinos, quatro empresas
devem fazer propostas, mas prioridade na negociação seria da estatal YPF
A Petrobrás negocia a venda de seus ativos na
Argentina, mercado no qual é atualmente a quinta maior petrolífera, informaram
os jornais ‘La Nación’ e ‘El Clarín’ em suas edições de ontem.
A argentina YPF é uma das principais
interessadas no negócio, que também receberá proposta de outras três companhias
de capitais argentinos: Pluspetrol (controlada pelas famílias Rey e Poli),
Tecpetrol (do grupo Techint) e Bridas (família Bulgheroni e chinesa CNOOC).
Segundo fontes, a Petrobrás contratou o Scotiabank Brasil para gerenciar a venda
e procurar por possíveis compradores.
Procurada pela Agência Estado, a Petrobrás
disse que não comentará o assunto. No entanto, a agência Reuters revelou no mês
passado que a petrolífera tinha a intenção de vender todas as refinarias no
exterior. A estratégia faria parte de uma iniciativa para arrecadar recursos
para a expansão da empresa no Brasil, o que estaria relacionado especialmente à
exploração de petróleo na camada pré-sal.
O Plano de Negócios 2012-2016, aprovado em
junho, prevê que apenas 2,5% do investimento de US$ 236,5 bilhões a ser feito
pela empresa no período será para operações internacionais. O montante
previsto, de US$ 6 bilhões, corresponde a um desembolso médio de pouco mais de
US$ 1 bilhão por ano até 2016 - queda de 80% em relação à divulgação anterior.
Ativos. A Petrobrás possui a refinaria de
Bahia Blanca, na Argentina, com capacidade de refino de 31,5 mil barris por
dia, e uma participação de 28,5% em outra refinaria argentina na província de
Salta, com capacidade de processamento de 32 mil barris por dia. A YPF detém
50% do ativo e os 21,5% restantes são da Pluspetrol.
O La Nación disse que a Petrobrás
inicialmente havia planejado manter ativos de gás de xisto no campo gigante de
Vaca Muerta e os blocos de exploração no mar argentino, onde atua em parceria
com a YPF e Enarsa.
A empresa brasileira também é proprietária de
cerca de 300 postos de combustível na Argentina, segundo o jornal.
As informações publicadas pelos jornais foram
apuradas durante encontro anual do Instituto Argentino de Petróleo e Gás
(IAPG), realizado na quinta-feira, em Buenos Aires, com executivos de empresas
que acompanham as negociações sobre os ativos de perto, segundo detalhou a
imprensa local.
Favoritismo
Atribuindo a declaração a um empresário do
setor, o Clarín disse que "houve um avanço entre Petrobrás e YPF que, por
ora, deixa de fora da concorrência todos os demais. Para os brasileiros, que
também estão analisando o negócio do ponto de vista político, a prioridade é da
empresa vinculada ao governo.
Ao longo dos últimos dois anos, vários meios
de comunicação da Argentina e estrangeiros publicaram a mesma informação de
venda dos ativos da Petrobrás Argentina, mas a companhia sempre negou a versão.
Em entrevista à Agência Estado, há cerca de
um ano, o presidente da companhia na Argentina, Carlos Alberto da Costa,
confirmou que a empresa poderia se desfazer dos ativos que "não são parte
do core (núcleo principal) de seus negócios".
Ele não ofereceu detalhes sobre o que estaria
à venda, mas as análises de especialistas do setor e de fontes indicam que
entrariam no pacote de venda suas participações na companhia de distribuição de
eletricidade Edesur (25%) e na refinaria Refinor (28%), além da refinaria de
Bahía Blanca.
Para esses analistas, a estatal manteria as áreas
de exploração de combustíveis não convencionais em Vaca Muerta, considerada a
terceira maior reserva de gás e petróleo de xisto. E, ainda, a área de
exploração off shore, na qual possui acordo com a YPF e a Enarsa (estatal).
Caso a YPF compre a Petrobrás Argentina, vai ampliar sua participação de 57% do
mercado para 63%.
Petrobrás é modelo a ser seguido, diz Nieto
O presidente do México, Enrique Pena Nieto (foto), declarou que a Petrobrás é um modelo a ser seguido e que fazer uma listagem parcial de ações em bolsa da petrolífera estatal Pemex é uma possibilidade. "O Brasil tem uma estrutura legal que permite criar alianças estratégicas, que é o que estou propondo ao setor privado", afirmou Nieto à Reuters. Ele se mostrou confiante de que serão aprovadas em 2013 as reformas para reestruturar a Pemex e o regime tributário do país, pilares do seu programa de crescimento. O Estado de S.Paulo
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