Dilma supera Lula em pesquisa Ibope sobre a eleição presidencial de 2014
Nome da presidente é citado espontaneamente por
26% dos entrevistados; seu padrinho tem 19%
O eleitorado lembra mais da presidente Dilma
Rousseff (PT) do que de seu padrinho político para a sucessão de 2014. Em
pesquisa do Ibope, Dilma foi citada espontaneamente por 26% dos eleitores como
candidata preferida à Presidência em 2014. Sem que eles vissem os nomes na
cartela, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficou em segundo lugar, com 19% das
menções. A diferença de sete pontos é maior do que a margem de erro.
Do lado da oposição, apenas três nomes superaram
o traço na espontânea: dois tucanos, José Serra (4%) e Aécio Neves (3%), e uma
ex-presidenciável que está sem partido, Marina Silva (2%). Juntos, os demais
nomes citados somam 2%.
A taxa dos que não souberam dizer,
espontaneamente, em quem votariam para presidente se a eleição fosse hoje
chegou a 39%. A eles se soma 1% de eleitores que não quiseram responder. Além
desses, outros 4% disseram que anulariam ou votariam em branco. Faltando dois
anos para a eleição, o total de 44% de eleitores sem candidato é baixo, em
comparação a outros pleitos.
Em fevereiro de 2010, oito meses antes de irem
às urnas para escolher o sucessor de Lula, 52% não tinham candidato na ponta da
língua (Ibope) - e outros 23% citavam o nome do então presidente, que era
inelegível. Na prática, só 1 a cada 4 eleitores sabia dizer, espontaneamente, o
nome de um candidato viável.
Hoje, segundo o mesmo Ibope, nada menos do que
55% dos eleitores têm o nome de um presidenciável viável na ponta da língua - e
4 de cada 5 desses eleitores citam Dilma ou Lula.
Vale lembrar que pesquisas eleitorais feitas com
tanta antecedência têm taxa de acerto menor do que as feitas mais perto da
eleição porque impõem um problema sobre o qual a maioria das pessoas não pensou
a respeito. Um ano antes da sucessão de 2010, Serra batia Dilma. No começo de
1994, Lula era favorito e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), uma especulação.
Muita coisa pode mudar no cenário eleitoral até
os brasileiros voltarem às urnas, em 2014: a economia pode esquentar ou
esfriar, novos escândalos de corrupção podem aparecer, outros problemas e
preocupações podem afligir o eleitorado.
O que não muda é o fato de o Ibope mostrar que,
em dois anos de governo, Dilma deixou de ser um “poste” plantado por Lula, e
passou a ter luz própria. O fato de ela liderar sozinha na pesquisa espontânea
mostra que seu desempenho no cargo a transformou em candidata natural à própria
sucessão, independentemente de Lula.
A presidente é mais citada espontaneamente no Nordeste
(31%), na classe C (27%), nas cidades com menos de 100 mil habitantes, por
jovens de 16 a 24 anos (31%), por quem tem escolaridade intermediária (29%
entre quem cursou até da 5.ª à 8.ª série). Lula vai melhor entre os mais velhos
e entre os mais pobres.
O Ibope entrevistou 2.002 eleitores em 143
municípios entre 8 e 12 de novembro. A margem de erro máxima é de dois pontos
porcentuais, para mais ou para menos. As três perguntas sobre sucessão foram
inclusas em um questionário mais amplo, que pesquisa assuntos diversos a cada
mês e é chamado de “bus” pelo Ibope. Clientes pagam para incluir perguntas no
“bus”. As questões eleitorais foram incluídas por iniciativa do próprio Ibope,
que bancou seu custo.
(O Estado de S. Paulo)
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